Pular para o conteúdo principal

Arara - Encantadeira

No âmbito de diversos processos de experimentações artísticas que desenvolvo desde que comecei a cursar o Doutoramento em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, tenho pesquisado as "Estéticas de Guerrilhas", que são o tema de minha Tese (com foco na cena da resistência audiovisual Amazônida).
Mas, ao mesmo tempo, faço incursões paralelas à obra da artista plástica portuense Ana dos Anjos Tinoco, com quem eu tenho dividido o espaço das exposições coletivas que participo com os demais alunos do Doutoramento da FBAUP, ampliando as fronteiras artísticas - em diálogos com as artes de terreiro e a cultura popular, que mediam este encontro entre o meu processo criativo e a obra de Ana Tinoco.
Assim sendo, estamos em experimentações artísticas com a trilogia do EXERCITO-Ogum (CONTEMPLAÇÃO / ENCORPORAÇÃO / REENCARNAÇÃO), sendo que no presente momento estamos a vivenciar o segundo momento, cuja culminância dar-se-á na Casa-Museu Abel Salazar, enre Junho e Julho (e a primeira, ocorreu na Galelia OMuseu, das Fbaup, em março) .
Criamos formas de trocas e de contaminações a partir de diálogos, filmagens, fotografias, diários, gravações de áudios, que os acrescentamos aos nossos processos de ateliers em movimento, de que são exemplos também as perfomances e intervenções urbanas, como a que ocorreu no dia 23 de Abril (SETE ESPADAS PARA OGUM), e esta (ARARA-ENCANTADEIRA) que acontecerá no próximo dia 12 de Maio, na Quinta do Covelo, 19H.
Todo esse trabalho criativo com minha criativa parceira, artista, amiga e produtora, Ana Tinoco, conta com o apoio de Zeza Guedes, Madalena Campos P e Camila Vieira

ARARA-ENCANTADEIRA:
A partir da História do Tambor de Mina e das encantarias afroamazônicas a volta do lendário da Princesa Turca - Cabocla Mariana, a perfomance ARARA-ENCANTADEIRA propõe uma narrativa eco-artística, com cenas entre o místico e o crítico, o lúdico e o louco, onde o ator-poeta Carpinteiro atravessará um mar de poesias até se afogar nos desertos políticos.
“Eu vou me doar e dar de mim o que se pode tirar, com a força dos Guias, dos Voduns, dos Orixás, e da Dona Mariana, a quem eu peço permissão para esta encenação”.
Dia 12 de Maio, 19h, na Quinta do Covelo, Porto         
  


Porto, 28 de Abril de 2019, 23h23min

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Panacarica: dois Anos sem Rô, mas a eternidade ainda Navega

A água que cai do céu é fina, serena e funda, como quem sabe o que está fazendo. Cada gota que pinga sobre o rio carrega uma ausência. Há ruído de motor ao longe — daqueles pequenos, que levam a vida devagar. Mas hoje ele soa diferente: parece triste. E é. Ele carrega uma notícia que ecoa por entre os igarapés: Romildes se foi.   Amazônia não costuma anunciar luto com alarde. Ela simplesmente se emudece. A várzea fica quieta. A floresta para um pouco. Os pássaros cantam mais baixo. É assim quando vai embora alguém que é raiz, tronco e folha do território. Foi assim quando partiu Romildes Assunção Teles, liderança forjada na beira do rio e na luta coletiva.   Ele não era homem de tribuna nem de terno. Era homem de remo, de rede armada, de panela no fogo e conversa sincera. Era homem de olhar adiante, de palavra pensada, de gesto largo. Era Panacarica. Chovia em Campompema quando recebi a notícia. A chuva, sempre ela, orquestrando silêncios no coração da várzea. Era como se o ri...

Cinema de Guerrilhas volta a Braga para segunda Edição

 Será no dia 26 de março de 2025, na sede da Associação Observalicia, em Braga, a segunda sessão das “Vivências do Cinema de Guerrilha – Resistência Climática”. Organizada por essa associação sem fins lucrativos, dedicada à pesquisa e atuação em alimentação, tecnologia e ecologia social, a ação propõe uma imersão no audiovisual como ferramenta de resistência e transformação social. Vamos continuar a trabalhar juntos na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais. A oficina busca democratizar o acesso ao cinema, utilizando tecnologias acessíveis, como celulares, para que comunidades e indivíduos possam contar suas próprias histórias e fortalecer sua luta ambiental. Como facilitador, trago minha experiência no cinema amazônico, onde venho desenvolvendo pesquisas e produções voltadas para a resistência cultural e ecológica. Como criador e curador do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), sigo explorando as estéticas de guerrilha,...

Cláudio Barradas: Do lugar onde se vê o último Ato

A partida do Cláudio Barradas encerra um ciclo do teatro paraense.   Assim como foi, há cerca de vinte anos, a partida do Luiz Otávio Barata. Entre um e outro adeus, perdemos também muitos outros. Atrizes e atores que, como eu, foram crias desses dois mestres — Cláudio e Luiz Otávio — que, ao lado de Geraldo Salles e Ramon Stergman, compuseram, ali entre meados da década de 1970 e o início da de 1980, um respiro vital para o teatro feito em Belém do Pará. Era um tempo de afirmação. Um tempo em que se confundiam os passos da cena  teatral  com a própria origem da Escola de Teatro da Universidade Federal do Pará. Cláudio foi, sem dúvida, uma escola dentro da escola.   Passar por ele era passar pelo rigor, pela entrega, pela sensibilidade.   E, claro, pelo amor à arte. Os que o tiveram como mestre — nas salas da Escola Técnica, no Teatro do Sesi , mesmo nos ensaios, onde eu ficava à espreita, para aprender, em espaços acadêmicos, institucionais ou alternativos...