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Palavras e coisas © Francisco Weyl


Palavras e coisas  - Mas, antes de fazer qualquer esforço intelectual ou de memória, é preciso definir o poder da palavra sobre as coisas por elas nomeadas, ou seja, as coisas tem nome, logo elas são. Aos nomes destes nomes de cada uma das coisas, chamamos de palavras. As palavras, portanto, designam as coisas. Mas por serem signos (tanto as palavras quanto às coisas por elas nomeadas), arrastam consigo – ao serem evocadas - uma sucessão de outros fenômenos com os quais se relacionam de diversas formas, espontâneas e aleatórias. E assim, até o invisível se vê através das palavras. Como numa espécie de combinação, uma sucessão de probabilidades se abre e então no interior desse espectro metafísico vislumbramos algum resíduo de essência que determina o que cada uma das coisas (nomeadas) são. E são por serem em si e através de si mesmas, pela via das palavras que lhes traduzem os diferentes sentidos que a elas são atribuídos por convenção. Uma coisa, portanto, pode ser uma e outra coisa. Pode ser uma coisa só e várias coisas ao mesmo, entretanto, o que uma coisa não pode nunca ser é coisa nenhuma. Até porque a coisa nenhuma também é coisa nomeada pela palavra e portanto representada quando falada - no campo sonoro (oralizada) ou grafada, no campo visual (escrita) ou ainda mental quando atravessada na cadeia (in)consciente dos pensamentos, como numa corrente dialética de signos que se processam uns aos outros, em síntese. © Francisco Weyl


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