Uma pesquisa original e autoral de cerca de dez anos se transformou no documentário “Do lugar de onde se vê”, um mergulho na obra do dramaturgo Cláudio Barradas.
O filme compõe a Mostra Caeté Cult, que tem curadoria do FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté, em parceria com a programação de 36 anos de aniversário do espaço do Cine-Teatro Líbero Luxardo, dia 11 de Julho, a partir das 17h.
O DOC tem uma linguagem poética cujos movimentos de câmera flertam com os movimentos da memória de Cláudio Barradas, no seu ir e vir de pensamentos e palavras de um Mestre.
Por entre livros e textos, fotografias e documentos, o pesquiador-realizador Denis Bezerra abre o “baú” da grande História do Teatro paraense, em parceria com Francisco Weyl e Marcelo Rodrigues, FICCA, e Arte Usina Caeté.
“Do lugar de Onde se vê” estreou na abertura do II Seminário Nacional de Memórias Cênicas na Amazônia (https://www.youtube.com/watch?v=TptTEnqeDHg
).
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DO LUGAR DE ONDE SE VÊ
- POR DENIS BEZERRA, FRANCISCO WEYL E MARCELO RODRIGUES
Quando nos desafiamos fazer um filme sobre este professor, pesquisador, escritor, contista, encenador, dramaturgo, ator, queremos dar conta do atual estado de arte da pesquisa e da produção intelectual sobre a obra de Cláudio Barradas.
Mas, o Cláudio que nos interessa com este vídeo - piloto de uma trilogia que estamos a realizar, é o narrador que se revela na obra Contículos, onde o autor re-inventa histórias e estórias que viveu ao longo de nove décadas, trinta das quais dedicadas à UFPA, onde é professor aposentado através da Escola de Teatro e Dança e Professor Emérito da UFPA, título concedido em 2022.
Barradas criou mecanismos para a existência de uma cena cultural em Belém, desde os tempos da antiga Sociedade Artística Internacional, tendo fundado e dirigido grupos e entidades diversos, e conquistado inúmeros prêmios em festivais nacionais.
Mas o teatro entra na história dele ainda na infância, quando habitava o bairro do Umarizal, em Belém do Pará, rico em manifestações populares, como pastorinhas, boi bumbá, carnaval. E na adolescência, demonstrou gosto por literatura, música e cinema, que cultivou por toda a vida.
O diretor e ator foi também seminarista por longos anos, sem descurar das atividades teatrais, com as quais prosseguiu mesmo depois que se tornou padre.
E para além do Teatro, Barradas também atuou em filmes de Líbero Luxardo, e ainda dirigiu as telenovelas da Rádio Clube do Pará, na década de 1950. Junto com a produção e a encenação, ele se interessava pela formação crítica, pela criação de espaços de debates, de trocas de ideias entre os artistas, conectando-os aos movimentos culturais locais.
Cláudio Barradas é um manifesto da arte, da cultura, e do teatro paraense e amazônico.
DO LUGAR DE ONDE SE VÊ
Realização Denis Bezerra, Francisco Weyl.
Documentário a partir do projeto do Grupo de Pesquisa Perau – Memória, História e Artes Cênicas na Amazônia, liderado por Denis Bezerra.
Roteiro de Denis Bezerra, Francisco Weyl, Marcelo Rodrigues
Montagem Francisco Weyl, Marcelo Rodrigues.
Fotografia Marcelo Rodrigues.
Belém do Pará Amazônia – Brasil © 2022
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