O VIII Festival Internacional de Cinema do Caeté compõe a programação especial pelos 36 anos de aniversário da sala do Cine-Teatro Líbero Luxardo, através da Mostra Caeté Cult.
Caeté-Cult define-se por um recorte político & cultural com foco na Região dos Caetés, Estado do Pará, com uma população de cerca de 500 mil habitantes, distribuídos nos municípios de Augusto Correa, Bonito, Bragança, Cachoeira do Piriá, Capanema, Nova Timboteua, Peixe-Boi, Primavera, Quatipuru, Salinópolis, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, São João de Pirabas, Tracuateua, Viseu.
Caeté-Cult é uma Mostra que nasce sob curadoria do FICCA – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DO CAETÉ, sob os princípios abaixo estabelecidos:
1. Caeté-Cult promove, exibe, dialoga e difunde o cinema de formato Curta-Metragem paraense, com ênfase na produção de realizadores e produtores cujos temas são de interesse social, econômico, e cultural para Região dos Caetés;
2. Caeté-Cult articula e organiza cineclubes locais e regionais, com especial atenção à formação em práticas do cinema como ferramenta de consciência social para jovens e mulheres em condições de vulnerabilidade de periferias, comunidades tradicionais, quilombolas, e estudantes de escolas públicas;
3. Caeté-Cult forma o público para o cinema de curta-metragem Regional e Nacional no sentido de estimular a criação e consolidar o polo de produção audiovisual da Região dos Caetés;
4. Caeté-Cult compreende a realidade de uma forma complexa, e por isso prima pela liberdade criativa, e independente, despojada de modelos e padrões que limitam a realização cinematográfica contemporânea.
5. Caeté-Cult valoriza as experiências estéticas e pedagógicas do cinema Amazônida, colocando-as ao serviço da consciência e das grandes causas das comunidades locais, em luta contra a globalização.
Francisco Weyl
Diretor
Programação MOSTRA CAETÉ CULT – FICCA
Cine-Teatro Líbero Luxardo, 11 de Julho, 17h
Cabeça de cachorra
Realização Coletiva / PA / 3 Min
Filme coletivo, realizado pelos estudantes da Escola Domingos de Souza Melo, Vila do Bonifácio, praia de Ajuruteua, durante as oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Marta Ferreira e Mateus Moura, na Vila do Bonifácio, praia de Ajuruteua. Quilombo do América, Bragança do Pará, Dezembro de 2021.
A visita do Padroeiro
Realização Coletiva / PA / 4 Min
Filme coletivo, realizado pela Associação de Remanescentes do Quilombo do América, estudantes e professores da Escola Américo Pinheiro de Brito, durante as oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Rosilene Cordeiro e Francisco Weyl.
O Quilombo é meu lugar, a minha casa
Realização Coletiva / PA / 19 Min
Filme coletivo, realizado pela Associação de Remanescentes do Quilombo do América, estudantes e professores da Escola Américo Pinheiro de Brito, durante as oficinas de Cinema de Guerrilhas ministradas por Carol Magno
Ceia do Mar
Roberta Mártires / Pa / 44 Seg
Videopoema
Água e Sal
Roberta Mártires / PA / 41 Seg
Videopoema
Cordão de Pássaro Tem-Tem
José Carlos Barroso / PA / 12 Min
Uma forma de resistência da comunidade da Vila dos Lucas, área rural do município de Bragança, é a matação da brincadeira do passarinho, uma manifestação cultural que está desaparecendo por falta de incentivo e apoio a essa tradição. (Utilizei um celular para as filmagens, quebrando o paradigma de que para fazer um documentário não precisa de aparelhos de última geração para filmagem. Através da minha própria pesquisa narrei sobre essa manifestação cultural).
Do lugar de onde se vê
Denis Bezerra e Francisco Weyl / PA / 8 Min
Documentário a partir da pesquisa autoral de Dênis Bezerra, sobre a vida e o processo criador de Cláudio Barradas
Memórias do Cine Argus
Edvaldo Moura, PA, 20 Min.
Prêmio Imagem-Tempo, 1º FICCA, 2014
O Cine Argus movimentou a vida cultural da cidade de Castanhal, no nordeste do Pará, e influenciou diversas gerações durante seu período de funcionamento, de 1938 até seu fechamento em 1995. O filme recupera a história desse importante cinema de rua, através do entrelaçamento de memórias de funcionários e frequentadores.
DIA DE MANGAL, Evandro Medeiros, PA, 15 Min.
Melhor Documentário, 2º FICCA, 2015
Vídeo retrata um dia de trabalho de pescadores retirando caranguejo do mangue na RESEX Caeté-Taperaçu, no município de Bragança, Pará. Foca a sociabilidade e estratégias de trabalho no ambiente do mangal [mangue], apresentando narrativas dos ribeirinhos sobre o cotidiano do trabalho no mangue, revela para além das dificuldades as descobertas e produções criativas que tal trabalho estimula. Apresenta elementos singulares da identidade cultural construída pelos homens na relação com o mangue enquanto lugar de trabalho e vida.
EQUIDADE RACIAL, Danilo Gustavo Asp, PA, 8 Min.
Prêmio Juri Popular, 3º FICCA, 2016
Documentário realizado em parceria com as comunidades negras tradicionais remanescentes de quilombos de Tracuateua, Pará, mostra estratégias de sobrevivência de extrativistas e agricultores familiares e no cotidiano popular.
#ForaCargill
Francisco Weyl / PA, 35 Min
#FORACARGILL tem como cenário as ilhas do município de Abaetetuba afetadas pela construção do Terminal de Uso Privado da empresa Norte americana em território do Programa de Assentamento Agro-Extrativista Santo Afonso, na Ilha do Xingu, Município de Abaetetuba, onde vivem e trabalham cerca de 200 famílias, numa área de 2.705,6259 hectares. O DOC contrapõe o projeto privatista a um mundo coletivo, ancestral, de conhecimentos e saberes próprios, ameaçado de desaparecer, bem como essas comunidades tradicionais se organizam e como lutam para conquistar acesso e permanência à terra, os impactos ambientais e sociais causados pela construção do porto, portanto, é através das falas das lideranças e das pessoas da comunidade, inclusive as ameaçadas, que o narrar os conflitos e perigos aos quais estão submetidas as comunidades locais na Amazônia Paraense.
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