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Cinema de Guerrilhas volta a Braga para segunda Edição

 Será no dia 26 de março de 2025, na sede da Associação Observalicia, em Braga, a segunda sessão das “Vivências do Cinema de Guerrilha – Resistência Climática”. Organizada por essa associação sem fins lucrativos, dedicada à pesquisa e atuação em alimentação, tecnologia e ecologia social, a ação propõe uma imersão no audiovisual como ferramenta de resistência e transformação social. Vamos continuar a trabalhar juntos na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais. A oficina busca democratizar o acesso ao cinema, utilizando tecnologias acessíveis, como celulares, para que comunidades e indivíduos possam contar suas próprias histórias e fortalecer sua luta ambiental. Como facilitador, trago minha experiência no cinema amazônico, onde venho desenvolvendo pesquisas e produções voltadas para a resistência cultural e ecológica. Como criador e curador do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), sigo explorando as estéticas de guerrilha,...
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COBRA GRANDE NO GATO VADIO

 Atravessando margens entre o ancestral e o experimental, os artistas Ana Tinoco e Francisco Weyl se encontram para costurar territórios e ressignificar caminhos. Entre o Douro e o Amazonas, sua arte desliza como a Cobra Grande, entidade dos rios e das memórias. No dia 21 de março de 2025, às 22h, a Livraria Gato Vadio (Porto) recebe a performance Sete Espadas e Duas Cabeças: A Travessia da Cobra Grande. O evento integra a leitura poética do mito amazônico em uma interferência poesófica dos artistas, entrelaçando a espiritualidade de Exu e Ogum com a força dos rios encantados. A programação começa às 21h com a estreia do filme Cada Realizador um Terrorista, Cada Filme um Atentado, produzido nas oficinas de Cinema de Guerrilha do X FICCA. Às 21h30, uma roda de conversa antecede a performance de Ana Tinoco e Francisco Weyl, com trilha sonora de Zé Macedo. [A cobra de duas cabeças desliza, entre Douro e Amazonas. A serpente que se arrasta pela Terra descama de pele sem perder a aura d...

Sete Espadas e Duas cabeças: a travessia da Cobra Grande

A cobra de duas cabeças desliza, entre Douro e Amazonas.   A serpente que se arrasta pela Terra descama de pele sem perder a aura do corpo. Ela se contorce no lugar que nos habita, à fúria de uma alma em transe. O brilho de Exu na lâmina das Sete Espadas de Ogum, o chamado de Yemanjá no voo da Arara-Encantadeira. A presença se dissipa com o vento, mas deixa rastros impressos nas lamas dos rios  de nossas memórias. Nestas travessias por territórios pantanosos, arte, espiritualidade e resistência se entrelaçam. Do filme Anaís  (1998) ao EXERCITO.Ogum  (2020), a obra de Ana Tinoco flui pela arte de Francisco Weyl, assim como a poesia do Carpinteiro se dissolve na pintura de Ana. Como dois rios que desaguam no oceano, correm em contracorrentes de culturas díspares. No cruzar destes caminhos e territórios, a leitura poética do mito da Cobra Grande se constitui como parte de uma pentalogia antecedida pelas Interferências Pesóficas  de Francisco Weyl : Sete Espadas par...

Resistência Climática e a arte como prática de sobrevivência do Cinema de Guerrilhas

Nestas "Vivências do Cinema de Guerrilhas - Resistência Climática" , iremos pensar   a  arte como prática de sobrevivência, onde o cinema se apresenta como uma ferramenta vital para a resistência contra a homogeneização das culturas e os impactos climáticos que ameaçam as identidades locais.   A proposta envolve a reflexão sobre o papel das estéticas de guerrilhas, das poéticas da gambiarra e das tecnologias do possível , n o contexto do projeto de Tese "KYNEMA ” , que desenvolvo no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará e no Instituto Politécnico de Lisboa . Provocamos uma articulação entre cinema  de resistência , espiritualidade e ativismo climático . E  reflexão crítica sobre atitudes insurgentes, com ênfase em questões interculturais e étnicas, abordando desafios climáticos contemporâneos através de uma linguagem poética e documental, com foco na realidade da Amazônia Paraense e suas relações com as práticas cinematográficas da Á...

Vivências do Cinema de Guerrilhas - Resistência Climática em Braga [FICCA 2025]

A  Associação Observalícia, sem fins lucrativos e dedicada à pesquisa e atuação em questões de alimentação, tecnologia e ecologia social, convida o público para a oficina Vivências do Cinema de Guerrilhas – Resistência Climática em Braga [FICCA 2025] , que ocorrerá no dia 3 de março de 2025, na sede da associação em Braga. Sob o mote "Cada Realizador um Guerrilheiro, c ada Filme uma e mboscada pela Justiça Climática" , a oficina visa engajar os participantes na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais, utilizando o cinema como uma ferramenta de transformação social. Em um contexto global marcado pela crise climática, o audiovisual, na sua essência de captação e transmissão, é uma resposta direta às ameaças ambientais que enfrentamos, quando apresentado como arma de intervenção. O Cinema de Guerrilha emerge como uma ferramenta pedagógica de resistência e transformação, podendo afetar profundamente o imaginário coletivo, especialme...

(In)certas Memórias de uma Benquerença que vive na pena de Corisco

Antonio Maria Fonseca Pereira foi a primeira criança a nascer no Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, há 73 anos, em Bragança do Pará. Leitor voráz, interessado em história, filosofia, ciências, biografias, romances e poesia, começou escrevendo o que chamou de Nano Contos: Pequeníssimas histórias ou "coisas". Este trabalho serviu de base para poesias, contos e crônicas autorais, algumas reunidas na obra “(In)certas memórias”, lançada em 2022, pelo selo Populivros (Guigar Editorial). Autodenominado “Corisco”, o narrador escreve sobre o território em que Antônio Maria nasceu e que ele chama de “Benquerença”, sendo este o lugar onde teriam ocorrido os causos contados e recontados na obra, em cujo texto assume a influência de poetas como Manuel de Barros, para quem 90% do que escreve é invenção e os restantes 10%, mentira. Antonio Maria Fonseca Pereira (“Corisco”) é um daqueles raros escritores cuja primeira obra transcende as palavras impressas e se projeta nas ruas, nas praça...

Contribuição à História do Cineclube e do Cineclubismo no Pará

Há 21 anos, o projeto do Cineclube Amazonas Douro tem atravessado oceanos e percorrido algumas cidades pelo mundo, estabelecendo a comunhão artística entre poetas e realizadores amazônidas, africanos e lusitanos, através de encontros em que se fazem projeções de filmes, exposições de fotografias, leituras de poemas e conferências artísticas e filosóficas, além de projetos editoriais, como revistas e livros, entre outros, articulados aos mesmos propósitos. O Cineclube Amazonas Douro reúne dois rios, o Douro e o Amazonas, que desaguam em um único oceano: o Atlântico. Oceano que divide e une estes rios de culturas díspares, rios em que o som de suas correntes sintetizam as diversas línguas que unem amazônidas, africanos e lusitanos. Rios dialéticos que interferem na filosofia e transformam a vida destes povos, distantes mas vizinhos por meio de uma estética que compreende a arte como um acto de coragem: nadar contra a corrente. O Cineclube Amazonas Douro é uma praxis definida através de ...

Um Encontro de Arte e Reflexão: X FICCA na Livraria Gato Vadio

A Livraria Gato Vadio será palco de um dos momentos mais inspiradores do X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté, que celebra a arte de resistência da Amazônia. Entre histórias contadas pelas telas e diálogos que se desdobram em ideias e ações, o espaço se tornará uma confluência de arte, literatura e cinema. Uma das joias da programação do X FICCA será a Oficina de Cinema CADA REALIZADOR UM TERRORISTA E CADA FILME UM ATENTADO, que convida amantes da sétima arte, estudantes e curiosos a mergulharem no universo da criação cinematográfica, sob a perspectiva da arte de resistência social. O festival tem como referencial teórico as estéticas de guerrilhas, as poéticas da gambiarra e as tecnologias do possível, que são conceitos resultantes das práxis pesquisadas e aplicadas pelo criador, diretor e curador do FICCA, Francisco Weyl. Estes elementos para a construção de uma tríade conceitual do cinema de resistência social serão apresentados e dialogados com os participantes, send...

FICCA apresenta programação da X edição

Há uma década, o Caeté acolhe o cinema como quem finca raiz em terra fértil, como quem constrói sonhos com as mãos da guerrilha. O FICCA celebra 10 anos de filmes que nascem do chão, moldados com barro, vento e palavra. Aqui, onde as águas do rio beijam as margens da resistência, o cinema se faz tábua de salvação e martelo de mudança, a poesia que ecoa no silêncio de quem vê e sente. Cada edição é um grito de coragem, um manifesto visual esculpido pelo olhar ancestral de quem sabe que contar histórias é também desafiar o poder. Não é só luz que projetamos, é a força indômita da Amazônia, o pulso do Marajó, a dança dos caruanas e o canto dos invisíveis. É o cinema que nos desafia a enxergar além da tela, nas beiradas do mundo, onde a arte se encontra com a vida e a política se entrelaça à estética. Somos cineastas e carpinteiros, artesãos de imagens, tecendo tramas e memórias com a madeira dos sonhos, talhando o futuro com firmeza e delicadeza. O FICCA é esse encontro: de passado e pres...

A ESCOLA DO PORTO E A TEORIA DOS MAGNÍFICOS QUADROS ARTÍSTICOS CINEMATOGRÁFICOS - Por Francisco Weyl

Eu não vou defender a Escola do Porto, porque eu posso vir a defender alguma coisa que não existe. Melhor dizendo, eu não posso defender uma coisa que não existe. Se ela existe, só existirá na minha cabeça. Porque a Escola do Porto teve muito mais praticantes do que teóricos. E, sem dúvida, eu sou um dos poucos teóricos que essa escola teve. E desses tantos praticantes, portanto, podemos dizer que existiram tantas escolas do Porto, quantos foram os seus praticantes ou aqueles que a assumiram para a sua própria história. O próprio fato de estar aqui a falar sobre a Escola do Porto já revela a sua existência, portanto, a sua presença. Até porque, aparentemente, é alguma coisa que gera controvérsias. Ora, o nada ou o inexistente não pode gerar controvérsias, ainda mais quando esse inexistente ou este nada é relativo a uma escola que se lança à própria cena do cinema aqui no Porto. Acho que teve muitas más informações acerca da escola, exatamente a falta de uma estruturação, a falta de uma...