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Mostrando postagens de julho, 2025

Muita pose, pouca política: Quando o Brasil fala e ninguém escuta

Querem Lula na foto, não na decisão. Aqui entre nós — e falo com a autoridade de um velho militante que já viu muita coisa neste mundo —, o cenário internacional virou um tabuleiro cheio de disfarces, manobras e vaidades. E, infelizmente, o presidente Lula tem cometido erros que não se pode mais chamar de tropeços inocentes. Tentou se posicionar como mediador da paz entre Rússia e Ucrânia, num gesto ambicioso, porém descolado da realidade e da posição que o Brasil efetivamente ocupa nas engrenagens do poder global. Depois, num arroubo político e moral, chamou Israel de genocida. Pode até ter razão no juízo, mas não cabe a um chefe de Estado, com a responsabilidade do cargo que ocupa, disparar esse tipo de palavra sem medir as consequências diplomáticas. Na cúpula dos BRICS, foi convocado não para protagonizar, mas para compor — quase como figurante — o jogo dos interesses dos mais ricos, que, no fim das contas, mostraram não ter qualquer compromisso com os rumos do Sul Global, muito me...

SAUDAÇÃO DO X FICCA AOS 412 ANOS DE BRAGANÇA DO PARÁ

Bragança do Pará completa hoje 412 anos. Às margens do majestoso rio Caeté — artéria viva da Região Atlântico-Amazônica — celebramos a fundação de uma cidade, ao mesmo tempo, a  permanência altiva de um povo, de suas águas, de seus manguezais e de suas histórias. Ka’aeté, em Tupi, significa "mata verdadeira". É de mata densa e verdadeira que se ergue essa terra banhada pelo maior conjunto contínuo de manguezais do planeta — pulmões invisíveis que protegem a vida, a biodiversidade e o futuro de todos nós. Da orla da cidade, onde o pôr da lua nas matas do Camutá cria encantarias de luz sobre as águas, partem e chegam embarcações que sustentam a economia local com peixe fresco e farinha artesanal. Mas muito além do mercado, é o modo de vida bragantino que pulsa no vai e vem das marés, no ofício das marisqueiras, nos saberes das comunidades ribeirinhas. O rio Caeté nasce em Bonito e serpenteia as terras de Ourém, Santa Luzia, Bragança, até se entregar ao mar. Mas sua força, antes...

KYNEMENKANTARYA e as armas ancestrais do X FICCA

É com alegria e força ancestral que anunciamos o cartaz oficial da décima edição do FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté. E nele, uma figura se destaca: a Caruana, nosso símbolo, nosso guia, nossa câmera viva, ele dá vida aos encantados. No cartaz, a Caruana aparece em toda sua potência simbólica: uma criatura híbrida, com corpo humano e cabeça em forma de câmera estilizada — uma entidade encantada que nasce do encontro entre o cinema e as espiritualidades amazônicas. Com diversas fitas coloridas penduradas, a Caruana também homenageia os bois-bumbás e seus "tripas". Aqui, é o cinema quem se move com o corpo e a alma do território. Inspirada na metodologia “Caruana das Imagens”, criada por Francisco Weyl e pelo artista Cuité Marambaia, essa câmera encantada filma, escuta, sente, transforma. É instrumento técnico, artefato de escuta profunda, de conexão com os territórios, com as memórias e com os saberes invisibilizados. Ela é feita com materiais sustentáveis, fo...