O surgimento do FIM-ME — Festival Internacional de Filmes de Médias-Metragens não é fruto de um gesto isolado nem de uma estratégia de expansão de marca. Ele nasce de uma constatação concreta, compartilhada por realizadores, pesquisadores e curadores em diferentes territórios: a média-metragem, historicamente decisiva para o ensaio cinematográfico, para o amadurecimento de linguagem e para o cinema-pensamento, foi sendo empurrada para fora dos festivais, do debate crítico e das políticas de difusão. Nem curta demais para o desenvolvimento de um gesto, nem longa o suficiente para se submeter às engrenagens industriais, a média-metragem tornou-se um território órfão. Paradoxalmente, isso ocorre justamente num tempo em que o cinema precisa de duração para escutar, experimentar e elaborar — sem a pressa do mercado nem o confinamento do exercício preliminar. O FIM-ME emerge como resposta a essa ausência: não como festival temático ou de nicho, mas como festival de forma, linguagem e gesto ...
Estéticas de guerrilhas, poéticas da gambiarra e tecnologias do possível na Amazônia Paraense