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Resistência Climática e a arte como prática de sobrevivência do Cinema de Guerrilhas

Nestas "Vivências do Cinema de Guerrilhas - Resistência Climática", iremos pensar a arte como prática de sobrevivência, onde o cinema se apresenta como uma ferramenta vital para a resistência contra a homogeneização das culturas e os impactos climáticos que ameaçam as identidades locais. A proposta envolve a reflexão sobre o papel das estéticas de guerrilhas, das poéticas da gambiarra e das tecnologias do possível, no contexto do projeto de Tese "KYNEMA, que desenvolvo no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará e no Instituto Politécnico de Lisboa.

Provocamos uma articulação entre cinema de resistência, espiritualidade e ativismo climático. E reflexão crítica sobre atitudes insurgentes, com ênfase em questões interculturais e étnicas, abordando desafios climáticos contemporâneos através de uma linguagem poética e documental, com foco na realidade da Amazônia Paraense e suas relações com as práticas cinematográficas da África e da Comunidade Lusófona.

Estudantes, pesquisadores, cineastas, ativistas e todos os interessados em cinema, resistência cultural e questões socioambientais, todos convidados. Na abertura, teremos a Mestria do Prof. Dr. Paulo Morais-Alexandre. Conferências Relâmpago sobre o Histórico do cinema de guerrilha e sua relevância contemporânea; A interseção entre cinema, resistência cultural e questões climáticas; e: Experiências do cinema insurgente em contextos interculturais.

E para provocar as Rodas Diá-lógicas, selecionei alguns curtas-metragens autorais, entre os quais|: #ForaCargill; Artesania Caeteuara; A Poeta do Xingu; Memórias Ribeirinhas do Xingu; Gapuiando; A Dança do Pescador; As Memórias do Senhor Coelho; Imagens da Liberdade; Trilhas para a África; Saberes da Juventude Amazônia.

Este evento integra saberes ancestrais com a produção artística contemporânea, com o cinema como fio condutor para a reflexão sobre as urgências climáticas, sociais e culturais que moldam o mundo de hoje. Uma jornada para ouvir e compartilhar as vozes da resistência, de dentro e fora da Amazônia.

Parcerias Institucionais: Escola Superior de Teatro e Cinema + Instituto Politécnico de Lisboa + CAPES + PPGARTES-UFPA + Grupo de Pesquisas PERAU + Festival Internacional de Cinema do Caeté [FICCA] + Arte Usina Caeté.

Onde?Escola Superior de Teatro e Cinema / Instituto Politécnico de Lisboa (Sala de projeção da Biblioteca).
Quando? 12 de março, 14h-17h

 [ Vivências do Cinema de Guerrilhas - Resistência Climática [Com Francisco Weyl] ]



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