O líder quilombola e agricultor familiar Tigrita (Jose Maria Gomes, 44 anos), secretário e expresidente da Associação de Remanescentes do Quilombo do Torre, que fica há cerca de vinte minutos do núcleo urbano de Tracuateua, diz que a comunidade passa por uma situação difícil, em razão do estado dos ramais.
Em rapido diálogo que tivemos ao pé deste jambeiro, no quintal de sua casa, falamos sobre este e outros assuntos, que abriram a minha cabeça sobre a realidade do Quilombo, ele me disse que o Torre é na verdade uma ilha habitada por cerca de 200 pessoas (52 famílias).A comunidade começou a ser povoada a partir da migração para a área dos irmãos Francisco e Manoel Romão Gomes, que teria sido o primeiro desbravador do território.
Ele teria iniciado o cultivo do tabaco na Região, enquanto que as demais culturas se concentravam mais para o núcleo do Município de Tracuateua.
De acordo com Tigrita, há uma escola na comunidade que funciona do primeiro ao quinto ano, o que coloca um problema para os jovens estudantes que precisam migrar para outras regiões para prosseguir seus estudos.
Além deste problema, o acesso ao Torre com estradas e ramais em péssimas condições de trafegabilidade é das situações mais difíceis que os quilombolas enfrentam.
No Torre, como nas demais comunidades tradicionais, as pessoas estabelecem relações a partir dos parentescos, de irmandade, portanto, elas êm uma vida em comum, com um tempo e um saber próprios, no uso e na ocupação dos territórios, cujos conhecimentos são perpassados por narrativas orais, de geração em geração.
Certificada pela Fundação Palmares, a comunidade tem um calendário social e cultural organizado pela Associação, desde o começo do ano, com foco em datas comemorativas alusivas à Mulher, Mães, Consciência Negra, entre outras, que congregam as pessoas para uma reflexão sobre a comunidade.
O Torre sedia o I encontro de lideranças quilombolas da Zona Bragantina, do qual estamos particpando...
Carpinteiro de Poesia FRANCISCO WEYL
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