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Mostrando postagens de 2025

.r.i.b.a.m.a.r.

Ribamar Riba mares Raros ares Sabes seres Sares aves Ribamar Riba marés Igarapés Agrestes E bares Abertos Ribamar Revoar Tupinambás Retumbar No ar de meu peito Um escudo à luz Do Sol Ribamar Ressoar Ao vento Inventado Da Benquerença Onde tomo Minha bença Ribamar Birra de amar Hare Riba Rama Rama Hare Hare Carpinteiro 9.8.2025

Alma das Ruas, narrativa cinematográfica sobre o professor José Ribamar Gomes de Oliveira

Embora eu quisesse que pudéssemos contar essa história em sua totalidade, com toda a profundidade que o Mestre José Ribamar Gomes de Oliveira merecia, a vida nos apresentou seus limites. Idealizamos uma série documental que daria voz e corpo à cultura, à memória e à identidade de Bragança — uma série que celebraria cada canto, cada rosto, cada história que ele tanto amava. Mas, apesar da paixão, do empenho e da crença firme em nossos sonhos e utopias, a falta de recursos e investimentos tornou possível apenas a realização do episódio piloto. Hoje, porém, essas imagens não são apenas cenas de um projeto inacabado; são vestígios vivos da presença de um homem que dedicou sua vida inteira à valorização das raízes bragan­tinenses. Um homem que foi professor, escritor, historiador, guardião da memória, e sobretudo, um incansável lutador pela cultura da Amazônia. Esse piloto é a memória viva do Mestre Ribamar, e para nós, seus colegas, amigos e alunos da Academia de Letras de Bragança, é u...

Muita pose, pouca política: Quando o Brasil fala e ninguém escuta

Querem Lula na foto, não na decisão. Aqui entre nós — e falo com a autoridade de um velho militante que já viu muita coisa neste mundo —, o cenário internacional virou um tabuleiro cheio de disfarces, manobras e vaidades. E, infelizmente, o presidente Lula tem cometido erros que não se pode mais chamar de tropeços inocentes. Tentou se posicionar como mediador da paz entre Rússia e Ucrânia, num gesto ambicioso, porém descolado da realidade e da posição que o Brasil efetivamente ocupa nas engrenagens do poder global. Depois, num arroubo político e moral, chamou Israel de genocida. Pode até ter razão no juízo, mas não cabe a um chefe de Estado, com a responsabilidade do cargo que ocupa, disparar esse tipo de palavra sem medir as consequências diplomáticas. Na cúpula dos BRICS, foi convocado não para protagonizar, mas para compor — quase como figurante — o jogo dos interesses dos mais ricos, que, no fim das contas, mostraram não ter qualquer compromisso com os rumos do Sul Global, muito me...

SAUDAÇÃO DO X FICCA AOS 412 ANOS DE BRAGANÇA DO PARÁ

Bragança do Pará completa hoje 412 anos. Às margens do majestoso rio Caeté — artéria viva da Região Atlântico-Amazônica — celebramos a fundação de uma cidade, ao mesmo tempo, a  permanência altiva de um povo, de suas águas, de seus manguezais e de suas histórias. Ka’aeté, em Tupi, significa "mata verdadeira". É de mata densa e verdadeira que se ergue essa terra banhada pelo maior conjunto contínuo de manguezais do planeta — pulmões invisíveis que protegem a vida, a biodiversidade e o futuro de todos nós. Da orla da cidade, onde o pôr da lua nas matas do Camutá cria encantarias de luz sobre as águas, partem e chegam embarcações que sustentam a economia local com peixe fresco e farinha artesanal. Mas muito além do mercado, é o modo de vida bragantino que pulsa no vai e vem das marés, no ofício das marisqueiras, nos saberes das comunidades ribeirinhas. O rio Caeté nasce em Bonito e serpenteia as terras de Ourém, Santa Luzia, Bragança, até se entregar ao mar. Mas sua força, antes...

KYNEMENKANTARYA e as armas ancestrais do X FICCA

É com alegria e força ancestral que anunciamos o cartaz oficial da décima edição do FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté. E nele, uma figura se destaca: a Caruana, nosso símbolo, nosso guia, nossa câmera viva, ele dá vida aos encantados. No cartaz, a Caruana aparece em toda sua potência simbólica: uma criatura híbrida, com corpo humano e cabeça em forma de câmera estilizada — uma entidade encantada que nasce do encontro entre o cinema e as espiritualidades amazônicas. Com diversas fitas coloridas penduradas, a Caruana também homenageia os bois-bumbás e seus "tripas". Aqui, é o cinema quem se move com o corpo e a alma do território. Inspirada na metodologia “Caruana das Imagens”, criada por Francisco Weyl e pelo artista Cuité Marambaia, essa câmera encantada filma, escuta, sente, transforma. É instrumento técnico, artefato de escuta profunda, de conexão com os territórios, com as memórias e com os saberes invisibilizados. Ela é feita com materiais sustentáveis, fo...

Cláudio Barradas: Do lugar onde se vê o último Ato

A partida do Cláudio Barradas encerra um ciclo do teatro paraense.   Assim como foi, há cerca de vinte anos, a partida do Luiz Otávio Barata. Entre um e outro adeus, perdemos também muitos outros. Atrizes e atores que, como eu, foram crias desses dois mestres — Cláudio e Luiz Otávio — que, ao lado de Geraldo Salles e Ramon Stergman, compuseram, ali entre meados da década de 1970 e o início da de 1980, um respiro vital para o teatro feito em Belém do Pará. Era um tempo de afirmação. Um tempo em que se confundiam os passos da cena  teatral  com a própria origem da Escola de Teatro da Universidade Federal do Pará. Cláudio foi, sem dúvida, uma escola dentro da escola.   Passar por ele era passar pelo rigor, pela entrega, pela sensibilidade.   E, claro, pelo amor à arte. Os que o tiveram como mestre — nas salas da Escola Técnica, no Teatro do Sesi , mesmo nos ensaios, onde eu ficava à espreita, para aprender, em espaços acadêmicos, institucionais ou alternativos...

CARTA À FADESP – SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÕES E PROVIDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS – PRÊMIO PNAB 2025

Venho, por meio desta, na qualidade de proponente contemplado no   Prêmio PNAB 2025 , no âmbito do   Edital nº 05/2025 – Circulação – Modalidade Audiovisual (Plataformas, Streaming, Acervos e Festivais) , solicitar, de maneira respeitosa,   informações claras, objetivas e formais sobre a tramitação do meu processo , bem como sobre os prazos relacionados à assinatura dos termos e à liberação dos respectivos pagamentos. Desde o dia  5 de junho de 2025 , encaminhei todos os documentos exigidos, cumprindo rigorosamente os prazos e os procedimentos solicitados. No entanto, tenho recebido, de forma reiterada, solicitações para reenviar documentos já devidamente entregues e protocolados, sem que haja uma explicação objetiva sobre eventuais pendências ou necessidade de correções. É compreensível que processos dessa natureza demandem rigor administrativo, mas acredito que a  transparência, a boa comunicação e o respeito mútuo são fundamentais para assegurar um relacionam...

Crimes ambientais ameaçam a Amazônia paraense e exigem ação firme

O Pará, estado que abriga grande parte da Floresta Amazônica, enfrenta graves problemas ambientais que afetam tanto a natureza quanto a vida das comunidades locais. Desmatamento ilegal, poluição de rios, mineração irregular e sem controle, além da exploração predatória da floresta, são algumas das ameaças mais recorrentes que colocam em risco não apenas o meio ambiente, mas também o futuro de quem vive da floresta. A legislação brasileira, por meio da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98), define e pune uma série de condutas que causam danos ao meio ambiente. Entre os crimes mais comuns estão a destruição da vegetação nativa, a caça e pesca ilegais, o despejo de resíduos tóxicos e a ocupação irregular de áreas protegidas. Mesmo com uma legislação robusta, casos emblemáticos continuam a evidenciar a gravidade do problema e a mostrar o impacto direto dessas práticas. Um dos exemplos mais conhecidos é o da mineradora Hydro, em Barcarena, que vazou rejeitos de bauxita, contaminand...

Marambaia constrói protagonismo periférico rumo à COP30 com trabalho de base e construção coletiva

Belém (PA) — Em meio à crise climática global e ao avanço de grandes projetos que invisibilizam as periferias, a comunidade da Marambaia, em Belém, reafirma sua potência como território de resistência, cultura e luta política. No próximo dia 7 de junho, às 19h, a Confraria do Jota, coração cultural da Marambaia, sedia o debate “Terra em Alerta, Corpos em Pé: Caminhos de Resistência até a COP30”, reunindo artistas, ativistas, educadores e representantes comunitários para discutir estratégias locais frente à COP30 — que ocorrerá em Belém em 2025 — e fortalecer o protagonismo periférico na construção de políticas públicas. Esse debate não é um ponto isolado, mas fruto de um processo coletivo que começou em 2023, durante a II Feira do Livro Artesanal da Amazônia, quando artistas, professores, lideranças comunitárias e movimentos populares fundaram o Fórum Permanente de Políticas Públicas Periféricas Marambaia COP30. Desde então, o Fórum vem tecendo uma teia de encontros, oficinas e grupos ...

Panacarica: dois Anos sem Rô, mas a eternidade ainda Navega

A água que cai do céu é fina, serena e funda, como quem sabe o que está fazendo. Cada gota que pinga sobre o rio carrega uma ausência. Há ruído de motor ao longe — daqueles pequenos, que levam a vida devagar. Mas hoje ele soa diferente: parece triste. E é. Ele carrega uma notícia que ecoa por entre os igarapés: Romildes se foi.   Amazônia não costuma anunciar luto com alarde. Ela simplesmente se emudece. A várzea fica quieta. A floresta para um pouco. Os pássaros cantam mais baixo. É assim quando vai embora alguém que é raiz, tronco e folha do território. Foi assim quando partiu Romildes Assunção Teles, liderança forjada na beira do rio e na luta coletiva.   Ele não era homem de tribuna nem de terno. Era homem de remo, de rede armada, de panela no fogo e conversa sincera. Era homem de olhar adiante, de palavra pensada, de gesto largo. Era Panacarica. Chovia em Campompema quando recebi a notícia. A chuva, sempre ela, orquestrando silêncios no coração da várzea. Era como se o ri...