O cenário cultural brasileiro vive uma contradição profunda. Após décadas de luta por políticas públicas de cultura e pela institucionalização de editais de fomento, esperava-se um ambiente mais democrático e acessível. No entanto, o que se vê, na prática, é a reprodução de lógicas excludentes , onde os mesmos grupos historicamente privilegiados continuam sendo beneficiados , muitas vezes por meio de relações pessoais, alianças políticas locais e articulações de bastidores que transformam os editais em instrumentos de manutenção de poder — e não de redistribuição simbólica ou econômica. No Pará, essa realidade se intensifica. O estado vive um cenário de disputas constantes na política e na cultura, marcado p or circuitos institucionais de grupos privilegiados , currais culturais em municípios e clientelismos disfarçados de meritocracia . Em vez de promover diversidade e descentralização, os editais frequentemente legitimam um sistema de favorecimentos que exclui projet...
Estéticas de guerrilhas, poéticas da gambiarra e tecnologias do possível na Amazônia Paraense