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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Só os “rabelados” fazem cinema em Cabo Verde

"Rabelados”. Já ouvira falar nesta palavra antes, quando ministrava aulas no Piaget, sem, entretanto, avançar nas pesquisas que se faziam necessárias, porque naquela altura (há cerca de sete anos) priorizara outros temas e ações. A palavra, entretanto, ficou-se-me. De volta a Cabo Verde na condição de convidado do #PLATEAU – Festival Internacional de Cinema de Cabo Verde, assisti ao filme  “Revolução dos Rabelados”, de Mário Benvindo. Ele não obteve nenhum prêmio, mas só o fato dele ter estado inscrito já revela a sua vitória e a sua conquista. O filme, segundo se sabe, esteve no Festival Itinerante da Língua Portuguesa (FESTin) e Cine’Eco (Portugal), Bage da Fronteira (Brasil) e Kugamo (Moçambique). Mário Benvindo é um jovem  realizador cabo-verdiano ao qual eu já havia esboçado crítica, mas a outro documentário, sobre a Cidade Velha, há sete anos  (“Rua Banana”). Ele também fez outro documentário, “Areias da Morte” (2013). Há qualquer coisa de  Palmares nos “rabelados”, porque a

A dialógica cinematográfica do Fórum Plateau

Com criatividade e coragem, Cabo Verde realizou o Plateau – Festival Internacional de Cinema, com 83 filmes, 12 dos quais de origem nacional. O Cinema é uma arte que custa muito dinheiro, envolve a aquisição ou aluguel de equipamentos sofisticados e a contratação de profissionais especializados. Não é simples fazer cinema sem nenhum suporte de produção institucional e empresarial, sem orçamentos públicos e investimentos privados, sem apoios das esferas administrativas, sem editais e sem prêmios. Na rota contrária da História, este simples (f)ato representa a força desta arte para o país. Há que amar a arte e dela se armar. Além de trazer à ribalta diversos filmes africanos, o Festival abriu um espaço público que estava fechado há anos; devolveu um cinema à capital do país; trouxe crianças para a sala de sessão a partir de parcerias com escolas; e ainda levou esta arte aos povos de comunidades distantes do centro da cidade. Estes fatores sublimam o Festival em si e o potencializam além-

#SODADI Carta do Diretor do Plateau, Ivan Santos

Ivan Santos, diretor do #PLATEAU Caros amigos e padrinhos do PLATEAU,   No final do festival, alguém me perguntou como é que eu estava me sentindo. Respondi que senti um misto de alivio, de dever cumprido, mas também um pouco de tristeza e saudosismo. Como o Vereador Tober disse, nasceu uma nova família, a familia Plateau. Agradeço de coração a presença e amabilidade de tod@s, a prontidão em ajudar sempre com palavras de encorajamento. Se o nosso trabalho enquanto organização tem sido elogiado, vocês certamente e sem sombra de duvidas tem muita culpa nisso. Fizeram parte desde o inicio para que todo este processo culminasse em grande e que perdure para sempre. Da minha parte quero vos dizer, que foi uma enorme honra e prazer poder compartilhar bons momentos e poder sempre contar com a vossa vasta experiência que me fez crescer enquanto profissional, mas também a nível pessoal. Espero que possamos nos encontrar outra vez, principalmente aqui (onde tudo começou) ou em outras paragens e c

Rua Banana Cidade Velha

MÁRIO BENVINDO CABRAL TEM MÃO PARA FILMAR (Reproduzo texto concebido e publicado sobre cinema africano há sete anos...) Por Francisco Weyl / Carpinteiro de Poesia e de Cinema Uma obra se inscreve na História quando ela não se prende ao próprio tempo em que ela foi criada. A atemporalidade é uma das marcas da verdadeira obra de arte. Daí a dificuldade do documentário, enquanto género cinematográfico, afirmar-se como arte, porque, na maioria das vezes, ele destaca um facto inscrito num determinado tempo. Mas a História do cinema, entretanto, conhece realizadores que escaparam ao tempo, legando-nos obras de conhecido valor artístico. É o caso, por exemplo, de Eisentein, precursor do cinema-propaganda. O filme “Rua Banana Cidade Velha”, de Mário Benvindo Cabral, cuja estreia assistimos Sexta-feira, 13, no auditório do Centro Cultural Português, de certeza que se inscreve na história do cinema cabo-verdiano, mas há um grande caminho para que ela venha a ser algum paradigma artístico - para

FICCA faz parceria internacional pelo cinema africano

Um encontro esta manhã (1/12/2014) na Câmara da Ribeira Grande de Santiago selou um “Convênio de Intenções – em prol da cultura cinematográfica na Cidade Velha, Cabo Verde”. Da reunião participaram a Vereadora do Pelouro da Cultura, Adelaide Barreto de Moura; e os realizadores Júlio Silvão Tavares (Cabo Verde) e Francisco Weyl (Brasil), representando, respectivamente, a Associação Nacional de Cinema e Audiovisual, e o Festival Internacional de Cinema do Caeté – FICCA, O pacto para a construção de uma Rede em prol da cultura cinematográfica da Cidade Velha, Cabo Verde, , segundo a Vereadora da Cultura, tem como o objetivo a realização de uma importante iniciativa cinematográfica. “É um momento importante, com o qual a Câmara se compromete, estamos prontos para abraçar esta ideia, e fazer de tudo para que ela aconteça, contamos com a colaboração do FICCA e da Associação para trabalharmos juntos, com o apoio de instituições e organizações públicas e privadas”, afirmou a Vereadora. M edian