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Mostrando postagens de junho, 2020

a importância é uma merda

a importância é uma merda é uma merda t’esperar na mesa de um bar um táxi para eu piro com teu ar negro ar o bar não dorme sonha o bar não sonha o tesão a paixão o orgasmo por acaso quantos homens eu desejo o saber e o pau duro ou o pénis erecto não quero ser babaca babaca do bar do parque quiosque tenho duas camisinhas te gozei sem elas e tu mastigavas chicletes adans homem como qualquer outro como qualquer outra eu não tô nem aí rock nacional glauber rocha tragédia ante tragédia rodriguesniana tua clara negritude cristal de ãnima te amo paixão baudellairiana fôlego de buceta pernas enroscadas lambidas no umbigo o mel é fel e rima com o que não tem sentido mais um gole eu vomito diante da guarda municipal a guarda passeia com seus andares frescos andam frescos por todas as praças marguerite yourcenar à duras penas à pernas pernas © Carpinteiro Belém do Pará, 2003 (...) Bem vinda ao deserto (Para Dri Trindade) Conheço pessoas que defendem bandeiras Políticas ideológicas partidárias rel

Ensaio sob a chuva

Terça Tríade

Há momentos que palavras confortam Embora não tenham muito o que dizer Outras vezes é o silêncio Que toma a forma Solidária E nutre o pacto De uns com os outros Que somos todos nós Seres humanos Iguais em fragilidade Mas não em arrogância Ou na ganância Talvez na comunhão Assim dito eu fecho o pano E saio de cena Com o meu ego Doentio Sem moral da História Mas com este poema Que estava engasgado Na garganta E preso à míngua De uma velha gaveta Num quarto mofo Onde guardo papeis Amarrotados E roupas Rotas   © Carpinteiro ... Eu te convido para brincar Um jogo sem regras Um ritual em que leio poesias Mostro meu álbum de fotografias E narro histórias Da cosmogonia de meu universo E de lugares que conheci adulto Mas que já os havia visitado Quando criança Em histórias suprahumanas Cabem todos os mistérios © Carpinteiro ... Desejo que você reflita Sobre como se sente Em relação a mim E de como atribui A minha pessoa O seu estado de espírito Como se o que eu pensasse Ou falasse ou sentisse F

O Estado é o assassino

Onde tem a miséria e a violência, lá estarão as mãos sujas de sangue do Estado. Onde tem a ignorância e o preconceito, lá estará a educação ideológica do Estado. Onde tem a soberba e a corrupção haverá Estado. E onde houver ódio e hipocrisia encontraremos o Estado. O Estado é a construção moral de uma idealidade projetada pelos pobres de espírito e pisada pelos parasitas burgueses que serão derrotados pela História. Eu sempre disse que a expressão Juiz corrupto é redundante. Os magistrados criam um sistema de proteção das castas cujo Poder Econômico lhes paga e cujo estatuto social lhes favorece. Onde tem a Justiça, tem um operador que a burla de diversas maneiras para que os demais sejam enganados e ele próprio seja o esperto da ocasião. Onde tem a Justiça, há um preto e uma bicha condenados e assassinados, enquanto os brancos estão soltos. E onde a Justiça fraqueja, ali será a moradia dos rebeldes, questionadores desta lógica perversa do capital que cega e aliena o ser de sua própria

Saudade

. .. saudade, palavra-origem, sentimento-verbo, expressa o estado de ausência que se sofre quando se está longe de algum ser, sentimento, idéia, coisa, beleza, deus, na vida metafísica, toda presença é distância, de alguma maneira, que não conseguimos entender e/ou explicar, sentimos que estamos sós, ao lado do nosso sujeito e/ou objeto de amor, impregnados por uma profunda fé, meditativos ou inquisidores da consciência, estamos sós, na solidão, temos saudades do que não temos e de coisas que nem sabemos, a saudade mora na metáfora, que nos ensina que ter saudade é sentir poesia, deixá-la brotar sem semeá-la, ceifá-la, matá-la, sofrê-la sem senti-la, deixá-la doer para doá-la com a paixão de não possuí-la, ter saudades é completar-se com o vazio que ocupa a imensidão indizível e infinita da alma, o nada preenche, o resto, a matéria desprende ... © Carpinteiro

Elegia da Bela Paixão

Na guerra Combatemos a guerra E aprendemos a ter relações Na paz que enamora teus lábios E o fruto da tua língua Amo a paz derradeira E navego no amor guerrilheiro Das matas do coração As balas abrem feridas Que jamais cicatrizam Amo as balas E o disparo de carícias noturnas Esta madrugada foi eterna Faltou-nos coragem ao prazer Mas gritamos as dores da terra Terra fica dentro da minha carne Encrava tuas unhas na minha pele E tortura o arado da volúpia Homens de beijos tímidos Deixai que o romantismo Da revolucionária poesia Transgrida as regras do jogo E brinquemos feito crianças Depositemos como elas Toda seriedade da natureza Na penetração Como as águas do mar As palavras dão lugar a pensamentos E não há como e nem queremos Esquecer o orgasmo total Que foi o processo do conhecimento Dos olhares e toques De nossas vidas Eu te tenho Não como algo que me pertence E sim com tudo de dentro de ti Como uma bela mulher

13 de Junho - dia de Exu e Santo Antônio

A Igreja Católica tem cerca de 40 Santos de nome “Antônio”. Mas o mais cultuado deles é Fernando Martins Bulhões. Fernando se tornou Antônio depois que entrou no Convento dos Olivais, em Coimbra, por volta dos anos 1220, período em que estudou Filosofia e Teologia, e aprofundou os estudos religiosos através literatura patrística, científica e clássica. Recebeu suas primeiras formações na Igreja de Santa Maria Maior (atual Sé de Lisboa), onde teria nascido a 15 de agosto de 1195, ingressando ainda adolescente, como noviço, na Ordem dos Cónegos Regulares da Santa Cruz, Mosteiro dos frades agostinianos de São Vicente de Fora. Tornou-se franciscano em 1220, fazendo parte (em  1221 ) do Capítulo Geral da Ordem em Assis, convocado pelo fundador, Francisco de Assis, que o tornou pregador eminente, em função do profundo conhecimento das sagradas escrituras. Foi o primeiro Doutor da Igreja franciscano, tendo lecionado em universidades italianas e francesas. Deixou 77 sermões, considerados autên

AxiólOgum

Designa -            Os (meus) escritos pós-poesóficos.   Significa -            Um pensamento crítico-místico.   Representa -            Uma articulação e ordenação mental de um sentimento interior, provocado pelo universo espiritual, que, em confronto com o tecido da matéria social, evolui de forma critica, sem perder o seu fundamento anímico.   Conceito: Um  Axiólogum  è:   1.      A soma filosófica de um Axioma com um "santo" de uma religião africana (Ogum), no processo de uma operação matemática intermediada pelo conhecimento lógico (Logus). 2.      A justaposição da filosofia de inspiração dionisíaca nietzschiana somada (livremente associada) a uma entidade simbólica da mediunidade afro-brasiliana (Ogum).   © Carpinteiro (O Conceito de AxiólOgum)  

Artistas da fome

  O pacifismo faz parte do processo de formação do povo brasileiro, o que é lamentável, já que os dominadores só falam uma língua, a violência. Este pacifismo, conseqüentemente, converte-se num altruísmo, beira a subserviência e atinge a absoluta alienação. Sem armas que os libertem, os brasileiros, com jeitinho, usam da criatividade. E a originalidade garante-lhes a sobrevivência. É preciso, pois, pagar as contas, e se possível divertir-se, mas não exatamente nesta mesma ordem. Em conseqüência disso, há quem transforme a sua obra em produto e se coloque à venda a um preço tão barato quanto à sua baixa qualidade. Há quem se venda à qualquer preço, qualquer homem tem o seu (preço), dizem, mas há quem não se venda nunca. É o caso dos artistas populares, eles sobrevivem. À míngua e à margem do poder, que lhes faz vistas cegas, como se eles não existissem. Essa é uma das grandes contradições desta terra. Muitos fazedores de cultura e burocratas estão do lado do poder,

Nada de novo sob o sol

Passam propagandas do Poder Tem gente nas praças E nas favelas e baixadas A fome Denúncia o desespero da mortalidade                                                                            infantil Há um gosto de revolta nas ruas! Nada de novo sob o sol Filas e doenças Rompem a epiderme E os vermes Posam para fotos em coluna social Do jornal Onde a página policial Enche o prato dos insanos mentais Corações e sangue Explodem Na memória do povo! Nada de novo sob o sol Não há vida Na próxima esquina A repressão soou campainha Contra as manifestações dispersas Que pedem abaixo eles Os burgueses! Nada de novo sob o sol E o que há a perder Neste chão sem dono? Onde milhões anseiam Pelo cortar da foice? (E o toque de um martelo Não pode cravar um prego) Nada de novo sob o sol Tudo passa Pelas mãos massacradas Parafuso por parafuso Talões de ponto Apitos Que se confundem Com partidas de futebol Nada de novo sob o sol Cobr