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Mostrando postagens de 2008

A Alquimia do Cinema © Francisco Weyl

© Francisco Weyl Existe uma luta interior do homem enquanto ser criador quando ele se lança para construir a sua obra. É um processo de transformação, que o atrai para uma luta interior, que é a luta da sua própria transformação, portanto, uma luta transformacional, que opera sobre a matéria e sobre a natureza desta matéria, Este processo é bem colocado por Jung, que lançava mão dos conceitos do inconsciente colectivo, a partir da construção de imagens arquétipas originárias dos desejos, satisfações, complexos, frustrações, (auto)repressões, etc. Jung trabalhava este lado obscuro, da sombra, do inconsciente. Ao nível do Símbolo. Arte é Símbolo. E nesse campo simbólico, a passagem artística é também uma passagem alquí mica: são passagens e paisagens em transformação. O ouro, sendo material, é também espiritual. E só pode ser espiritual, não pode ser diferente do universo espiritual. Transformar a matéria em ouro é para os alquimistas. Transformar a Arte em ouro é para os loucos

A Escola Poética da Marambaia & e o projeto caminhos da praça

© Por Francisco Weyl (...) “Marginal é o caralho Não quero minha escrita Circunscrita entre as quatro margens da página quero-a cravada na carne da vida lá onde a língua se confunde com a saliva onde o silêncio é a véspera do grito e o vento se confunde com a crina” Clei de Sousa Poeta e professor de literatura (...) O produtor cultural Carlos Humberto, mais uma vez, intervirá na praça Tancredo Neves, lá na Marambaia. Dia 7 de junho de 2008, sábado, das 7 às 17 horas. Carlos Humberto morou anos na maramba, passou anos em sampa, mas, quando voltou, viu que tudo estava como dantes, que nada mudara. Ele não tem dinheiro nem tem apoio de nenhum tipo de poder ou empresa, ele é um guerreiro, como muitos que nasceram e viveram e ainda estão vivos neste bairro, apesar de tudo, entantado. Do bairro, muito se ouviu falar, bem o mal, mais mal do que bem, mas isso não interessa. Mas, da praça, só se sabe – quem sabe – que ela tem nome de político. O resto também não interessa: quando foi inaugurad

Ajuruteua-Bragança

(...) enviei este poema para comungar convosco do meu amor pela minha terra, mas, na verdade, não posso nem dizer que eu vou até ajuruteua, porque é ajuruteua que sempre vem até mim, carrego-a comigo, mas não como um cristão suporta o seu fardo, transporto-a, em minha alma, toda aquela paisagem de ajuruteua está impregnada com minhas energias, porque ali estão pedaços indizíveis de mim, e toda aquela paisagem impregna-se em mim, está comigo onde estou, sou-me todo e tudo, dela e nela, por isso a amo, e entristeço-me que muitos que por ali passam apenas deixam seus rastros, sujos, seus lixos, que trazem das cidades, sem nenhuma atitude pessoal de pelo menos não poluir a praia, já que estes que se pretendem políticos, sempre demagogos, nada fazem, nem ao menos uma, apenas usam aquele povo e destroem o ambiente, lamento que também nós, filhos de Bragança e mesmo aqueles que apenas passam por lá, aceitem que a praia fique suja e nada façam, e ainda joguem lixo na praia, e deixem garrafas,

#KYNEMA Colectivo –Manifesto © Francisco Weyl

Um Colectivo não é um partido, logo, um Colectivo não tem generais nem soldados. Todos são responsáveis pelas suas acções, as quais devem ser realizadas, se desejadas. Apenas as acções apaixonadas prevalecem no Colectivo. O Colectivo não é uma família moral que se deva proteger de forma institucional. O Colectivo pode se auto-destruir mas não pode perseguir os seus indivíduos, aqui entendidos como todos aqueles que fazem parte do Colectivo, porque é para estes indivíduos que o Colectivo existe. O Colectivo é formado de indivíduos, logo, o Colectivo tem carne e sangue. O Colectivo é formado de indivíduos cujo individualismo é colocado ao serviço do Colectivo, mas o Colectivo não é democrático nem justo. Ele é a medida certa de uma luta pelo Poder. No interior do Colectivo, as forças visceralmente catastróficas devem ser assumidas, logo, o Colectivo não é falso consigo próprio. Estas forças catastróficas são o limite do Colectivo, que tanto pode se auto-destruir quanto

MANYPHEZTHVS AMAZONYKVZ ANTROPOTRAGYKUZ © Francisco Weyl

(Ultimatum a quem tem fome e sede e arte dionisíaca) A Amazônia deve ser destruída artisticamente: não existe uma arte amazônica: o que existe é a vida amazônica e o homem amazônico: a historia de um logus espacial que vem sendo manipulado e dominado milenarmente. Não se deve adequar outros mitos à Amazônia: não se deve adequar a realidade amazônica à realidade branca ou (pós? ) moderna. Não se deve vender a Amazônia como um produto. Preservar a Amazônia é preservar a essência da vida que pulsa no homem da floresta: a floresta é a expressão viva da natureza, um bio-espaço, no qual e através do qual é construída a psico-sociedade humana. Esta Amazônia está em estado de arte: é ainda mítica: o mito não é imaculado nos arquétipos amazônicos. Ha que se reconstruir o imaginário do homem que tem fome e sede de arte: a fome e a sede da Amazônia é artística: inexistem homens com coragem artística para defender visceralmente a Região e assumi-la como um símbolo de resistência contra a tr

Amazonas-Douro , o filme

Rodado entre Ajuruteua e Camutá - 2003 16 Milímetros 4 Minutos Preto e Branco De Ricardo Leite e Francisco Weyl   Foto de cena: Helga Roessing

A Caminho de Bragança...

Desde que voltei de Cabo Verde que tenho me dedicado a estar em Bragança, onde nasci. Final do ano passado, estive na Marujada de São Benedito e este ano fui ao carnaval, à páscoa, e no feriado do Tiradentes. E mesmo na semana passada estive lá. E lá vou eu outra vez, hoje, todo contente, com Rudá, meu filho, e Helga, minha mulher, e, claro, meus cães corisco e dadá. Atravessaremos estes 200 kilômetros de estrada, para, finalmnente, percorrermos mais 36 kilômetros que levam até Ajuruteua, onde haverei de dormir esta noite, embalado pelo som do vento e do mar.