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Mostrando postagens de 2023

Ainda estou me devendo um filme sobre a Tia Cirene

  Hoje minha Tia Cirene Maria da Silva Guedes faria aniversário se não tivesse nos deixado logo depois de lançar seu único livro de poemas, cuja história narrei em uma crônica publicada em meu blog. Nem lembrava do aniversário dela, foi minha irmã Raimunda Weyl que postou uma foto da titia no grupo da família. Aiinda estou me devendo um filme sobre a Tia Cirene, os espólios que estão arquivados numa caixa de papelão aqui em casa, documentos, fotos, objetos tradutores de memórias, que evocam afetos de nossa ancestralidade (e eu filmei o velório dela, "Um minuto de silêncio pela poesia", e fiz uma fala sobre ela num curta metragem realizado por jovens da Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, dois projetos audiovisuais que circulam no Youtube). Mas este filme, ainda quero fazer, um sonho, materializar o filme da titia, vai rolar, eu sei, porque tb a arte acontece quando intencionamos e nesta tensão entre sonhar e realizar há um processo que nem sempre depende de nós, porque,

Incêndio destrói trator que servia à agricultura familiar no Quilombo do Torres

A comunidade do quilombo do Torre, Município de Tracuateua, quer saber as causas de um incêndio que aconteceu na noite de quarta-feira (14/11) e que destruiu o trator usado na agricultura de subsistência das famílias que moram e trabalham no local. Além do trator, o sinistro danificou parte do telhado do barracão da Associação de Remanescentes de Quilombolas da Comunidade do Torres (ARQUIT), que completou um ano de reforma nesta madrugada do incêndio. A comunidade ainda conseguiu abafar o fogo, ninguém está ferido, mas as pessoas estão abaladas com o que aconteceu. O presidente da associação registrou Boletim de Ocorrência, espera-se a perícia técnica da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, A vista técnica para vistoriar a estrutura do barracão da ARQUIT e o trator da comunidade deve ocorrer nesta sexta-feira, 16 de Novembro. A comunidade está ansiosa para saber as causas do sinistro, se foi acidental ou criminoso, nenhuma das possibilidades estão descartadas. Mas enquanto as autorid

Fórum COP30 da Marambaia realizará primeira reunião na Gleba 1

A comunidade do bairro da Marambaia toma para si as rédeas dialógicas sobre as questões climáticas ambientais que têm sido pautadas pelas diversas nações assinantes da Convenção-Quadro da ONU sobre mudança climática. Avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta implica também RE-conhecer e respeitar as realidades locais como estratégia Amazônica sobre mudança climática. Mais que estabilizar a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera que constitui grande ameaça climática planetária, a Marambaia quer desenvolver metodologias alternativas de participação popular neste processo. A Marambaia é um dos bairros mais arborizados de Belém, em razão da sua privilegiada localização, com florestas, rios, igarapés, canais, além das dezenas de praças dos conjuntos habitacionais edificados no bairro. As diversas estruturas hoje existentes na comunidade resultam de lutas populares por melhores condições de vida e trabalho com dignidade, do mesmo modo, a pujante cena cultural local reflet

MANIFESTO PELO VALOR PERIFÉRICO

  MANIFESTO PELO VALOR PERIFÉRICO   A Arte não é um espelho para refletir o Mundo, mas um martelo para forjá-lo. (Vladimir Maiakovski)   Nós, artistas, produtores, técnicos, professores, pesquisadores, trabalhadores e amantes das artes e das culturas amazônidas e paraoaras, vivemos, trabalhamos e produzimos nas periferias, somos vitimas constante da ação violenta da policia. Aqui o buraco é mais em baixo, a polícia mata!   Nesse sentido, denunciamos a politica de extermínio da juventude da periferia de Belém pela Policia do Estado, e em especial a Negra, razão pela qual entendemos que é necessário clamar e propor políticas culturais para a juventude da periferia. Exigimos uma politica cultural inclusiva para que possamos nos expressar perante o mundo e desta forma nos realizar enquanto seres: que as vozes irmanadas gritem por teatros, salas de cinema, espaços de multiuso, cursos profissionalizantes, editais específicos. Na PERIFERIA.   (...)   Um movimento de ar

Ciclo de exibições de filmes para saudar criador do Cinema Novo na Amazônia será lançado dia 22 de Agosto

Reza a lenda que Glauber Rocha profetizou a própria morte. Quando tinha 24 anos, ele disse que morreria aos 42. E assim aconteceu. Nasceu sob o signo de peixes em Vitória da Conquista, Bahia (14.3.1939),  faleceu no Rio de Janeiro (22.8 1981). 42 anos após a morte deste profeta visionário, criador do cinema novo, dois realizadores e pesquisadores paraenses – Mateus Moura e Carpinteiro de Poesia (PPGARTES/UFPa) retomam velhas parcerias para reverenciar a obra de Glauber. A proposta é uma revisão crítica de parte da obra mais ostracizada de Glauber, sua fase final, mais subversiva, experimental e incompreendida. O Ciclo terá quatro sessões, com filmes de GR, antecedidos de obras de autores e autoras paraenses que se relacionam com as linguagens e mensagens experimentais glauberianas. Cineclubistas militantes e artistas comprometidos com as causas de seus tempos, Mateus (CINE CURAU) e Francisco (AMAZONAS DOURO) abrem o "Ciclo Glauberiano A idade da morte”. com uma ação no Merca

Marambaia pauta demandas sociais, econômicas, culturais e ambientais à COP30

No rasto dos Diálogos Amazônicos e da Cúpula dos Povos, o bairro da Marambaia propõe articular a comunidade para os debates globais a respeito das questões ambientais, climáticas, amazônicas. O lançamento do Fórum terá a participação de poetas e artistas e professores e profissionais liberais e trabalhadoras e trabalhadores e ativistas da Marambaia que participarão da II Feira do Licro Artesanal da Amazônia, projeto do poeta e professor Clei Sousa e Drika (Sarau do Recomeço). Confirmaram presença Telma Saraiva-Minc/Pa; Auda Piani-CASA DO Artista; Paulo Cohen-Central de Movimentos Populares; e Francisco Weyl – POMAR/Livre Associação de Poetas da Marambaia, Mãe Ghys de Nanã e   Professor Wilson (Daent/Conselho de Cultura) O Fórum nasce com um mascote, o Capitão Açaí, um antropofágico anti-herói preguiçoso que desafia a lógica com irreverência criativa no traço do criador do personagem, o cartunista Ronaldo Rony Ronaldo Rodrigues, cuja décima primeira edição da revista será lançada

Pela construção do OBSERVATÓRIO & FESTIVAL DOS FESTIVAIS DE CINEMA DA AMAZÔNIA PARAENSE

Estamos juntos, mas nem sempre misturados, porque somos diferenciados em nossas pautas e nos encaminhamentos com relação ao confronto com o mercado. Há muitos debates importantes ao movimento audiovisual da Amazônia Paraense. E o momento de aprofundarmos esta discussão, por exemplo, sobre políticas públicas audiovisuais, política de editais, a maioria voltados para fortalecer o cinema de mercado.  São políticas editais excludentes, conceitualistas, curatoriais, cheios de artimanhas contemporâneas que criam uma onda em favor de um tipo de arte, apagando e excluindo o que se produz fora deste eixo do mercado. E esta questão se coloca como um divisor de águas. Quanto de dinheiro tem para o cinema da Amazônia?  E quanto deste dinheiro vai financiar o cinema de mercado>? Quanto vai ter de dinheiro para quem não é empresário do cinema e do audiovisual? Para quem cria e faz cinema comunitário, nas periferias e comunidades tradicionais e quilombolas e indígenas, cinema nos movimentos sociai

Sobre a feira cultural da Paka-Tatu

 Coisa que mais gostei na feira cultural da editora Paka-Tatu é que não havia nenhum ruído além das vozes das pessoas. Não havia nenhum ruído sonoro além dos diálogos que as pessoas estabeleceram entre elas. Era um espaço de convívio num porão adequado para uma recepção ao calor humano e a sensível troca. De lógica e metafísica, entre as pessoas.  Foi um momento de retomada, pelo menos para a minha própria experiência, de relação com as feiras de literatura. O livro, a cultura literária e a boa conversa entre amigos sobre coisas como afetividade. Retomada desses anos depois do fechamento da Fox, que podemos dizer deixou muitos leitores órfãos de espacos, ao menos aqueles que circulavam na Fox e no entorno da livraria que proporcionou um grande movimento de escritores em Belém. A livraria e editora Paka Tatu não é uma Fox, nem se pretende como tal. É uma editora que tem uma carta, por assim dizer, de autores, clássica , literária, acadêmica, poetica, amazônica. Que tem uma tradição soci

Dia 31 de Março, BOI VAGALUME se torna Instituto aos 13 anos de atividades na comunidade da Marambaia

A Marambaia é um polo cultural da cidade de Belém do Pará, destacando-se por um movimento social comunitário que afirma e valoriza a cultura popular. Com uma população estimada em cerca de 70 mil habitantes (IBGE, 2010), o bairro dispõe de escolas, unidades de saúde, serviços comerciais diversos, feiras e mercados, além do privilégio das cerca de 60 praças públicas. De localização estratégica, entre o aeroporto e o porto, com a presença das três forças Exército, Marinha e Aeronáutica, o bairro se avizinha com a fronteira do “entroncamento”, que é porta de entrada terrestre por Belém. Há até mesmo uma tese revolucionária segundo a qual a revolução começa pela Marambaia. É no cenário deste caldeirão social e cultural que surgiu há 13 anos o Vagalume Boi Bumbá da Marambaia, a partir da idealização do artista Cuité, com apoio de criadores e fazedores de arte e de cultura do bairro. O Boi reúne-se anualmente através de oficinas e cortejos que percorrem as ruas do bairro e fazem a

VACALUME será apresentada na fundação do Instituto Boi Vagalume da Marambaia

Vai ser na sede do São Joaquim Esporte Clube a fundação do INSTITUTO BOI VAGALUME DA MARAMBAIA. O evento está marcado para o dia 31 de Março, ocasião em que será apresentada a VACALUME, uma proposta do movimento em defesa de direitos que reconhecem, reforçam e ampliam a presença ativa das mulheres no BOI. O Boi Vagalume da Maramabaia é uma ideia do artista plástico Nazarita Cuité, que compõem as toadas e puxa a brincadeira nas ruas da Marambaia desde 2010. As letras traduzem a esperança por dias melhores ao mesmo tem que tecem críticas à realidade. Os organizadores do BOI estão em campanha para arrecadar recursos para constituir juridicamente o Instituto, razão porque uma rifa foi organizada além de outras formas de captação de recursos, como pix, por exemplo (CHAVE vagalumedamarambaia@gmail.com). Além deste processo organizativo e estrutural da entidade, a renovação envolve um trabalho de resgate e sistematização de letras, melodias, filmes, imagens e diversos mo(vi)mentos

A história do FEST-Fisc, festival paraense no Fórum Social Mundial

Iniciativa paraense de parceria entre a sociedade civil, a produção audiovisual independente e a academia, o Festival Internacional do Filme Social (FEST-FISC) foi convidado pela coordenação do FSM no Senegal através do Prof. Bubacar Buuba Diop, coordenador Local do Fórum, para fazer parte da programação cultural oficial “Espace Cinema, Films & Débats”.  Uma primeira experiência na área de Antropologia Visual no Pará através de um festival internacional de filmes, na ocasião com filmes originários ou de temática africana, ocorreu durante o FSM em Belém, em janeiro de 2009.  Realizou-se o FEST-FISC durante as atividades do Fórum Internacional da Sociedade Civil (FISC), que teve lugar também em Belém, em dezembro de 2009, e que chamou a atenção dos organizadores do FISC pela forma inovadora de trabalhar as questões sociais através do audiovisual, em especial dos filmes\vídeos de curta metragem com produção independente.  Em 2011, ainda sob a direção do Prof. Hilton P. Silva, do Progr

Diego Wayne, um poeta entre escorpiões - Por Carpinteiro de Poesia

  Um livro cru, pesado, violento, entretanto, romântico e erótico, sem descurar de uma aflorada sensibilidade poética a olhar e refletir o tecido social com o qual o autor se relaciona. Lançado pela Editora Patuá (2023), “Entre escorpiões” é o segundo livro de Diego Wayne (DW). O primeiro foi “Coração de Unicórnio” (Rico Editora, 2018). Nesse período, ele amadureceu a intensa experiência da juventude através da escrita poética. Ao mesmo tempo, concentrou-se nas aulas que ministra em Curuçá, Pará. E publicou textos em revistas, sites e coletâneas literárias. Diego Wayne reuniu os primeiros escritos – alguns dos quais declamava entre amigos e culturais públicas – numa obra marcada por forte relação de identidades com a sua homossexualidade. A partir destas primeiras experiências, um poeta-menine construiu versos de uma lúdica e delicada pureza apolínea na qual o corpo representa a perfeita harmonia existencial. Desta infância apaixonada pelo cheiro do mato e pelas gotas d