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Mostrando postagens de julho, 2016

Senhoras e Senhores, o Pai do "Capitão Açaí"

  Você desenha ou tira sarro da cara dos outros? O desenho é a forma mais eficaz que arranjei para tirar sarro. Não só da cara dos outros, mas da minha cara também. O humorista deve-se colocar como alvo para poder ser baladeira. Aí ele pode sacanear à vontade as pessoas, as situações e as instituições com que tem contato. Digo sacanear, mas a palavra pode ser analisar ou comentar, só que através do humor. O humor iguala as pessoas, por isso a crueldade que muitos veem numa piada. Acham que fazer piada de cego, por exemplo, é crueldade. Não é verdade. Os próprios cegos fazem piada de sua condição, os aleijados, e por aí vai. Quando absorvemos essa condição de rirmos de nós mesmos, aí o humor é pleno e podemos rir do mundo. Quem determina esse tipo de censura é o artista. Se ele acha que alguma piada fere a sua compreensão sobre determinada coisa, ele deve desistir daquela piada. Mas nunca por pressão exterior. Tem que vir dele. Seus personagens se aborrecem ou são semp

Candeeiro se Apagou

“Candeeiro de Apagou”  (© Carpinteiro) Acho que foi o Glauber Rocha que me fez gostar do cangaço quando eu assisti a deus e o diabo na terra do sol lá no cinema Olímpia na década de setenta eu acho. Isso se eu não estou enganado e eu sempre me engano e eu quero sempre me enganar mas não a quem me lê, a sério. Tá certo que como escritor, eu invento, mas, naquela altura, nem idade eu tinha pra isso mas fui, acho que era matinê. Sai impressionado com as cenas do Dibb Luffy e as canções do Sérgio Ricardo. Somente anos mais tarde viria a saber um pouco mais sobre estes dois. Extasiado com as cenas quentes e estouradas do Glauber. Porque desde a infância qualquer mitologia se relacionava com a rebeldia. Ia via minhas irmãs bandeirantes, meus irmãos no teatro, a Pedreira era uma beleza, morávamos ali perto da Aparecida, depois migramos para a Marambaia, que é para onde logo viemos quando saímos de Bragança. Mas isso é outra história. Ou estória. Na Pedreira eu não ass

O "Poema para você" do Marko da Lama

             POEMA PARA VOCÊ > MARKO DA LAMA Desaba de manhã, como uma grande implosão, esta segunda-feira e mesmo com a fiel astenia faço-te referências em meu dia. Há vários dias que eu estou com você por aqui Para você é esse poema tossido, palavras de catarro são para você, vírus verbais são para você Esse poema é para você (fique vulnerável), esse poema é para você adoecer, é para você hospitalizar-se em meu esquecimento, é para você apodrecer, esse poema é para você morrer. "E estas relações que foram estabelecidas ao longo destes processos e percursos entre este pesquisador e a sua fonte; entre o artista e a sua raiz , estão entranhadas em toda a minha existência, pelo que, mais que referenciais teóricos locais, nacionais ou transnacionais, eu me pauto pelas falas e pelos aprendizados humanos e pessoais que mantive com cada um dos poetas e/ou fazedores de cultura ou amantes e dedicados voluntários e curiosos destas ações pela via das quais foram forjados os nossos criad

Biografia não autorizada de Buscapé Blues, o andarilho das galáxias

Buscapé Blues mostra a sua riqueza poética e musical no Andarilho das Galáxias. O CD trás variados estilos, canções e baladas, que vão do brega ao funk, do samba ao reggae, do soul ao blues. Sob a influência de Raul Seixas e de outros rokeyros não menos undergraunds, Buscapé Blues faz um som essencialmente urbano e com um toque absolutamente rural. Seus poemas e melodias são fáceis: ele tem a simplicidade e a profundidade dos grandes poetas. Suas letras são crônicas de uma realidade angustiante: através delas, tece a teia da crítica social, com o humor típico dos profetas que sorriem da vida. Seus acordes têm a singeleza das harpas gregas: suas músicas são lúdicas como os jogos infantis, divertem-nos. Seus temas são necessariamente ambíguos e paradoxais, fazem-nos refletir e rir: amor e ódio, filosofia e ironia, hipocrisia e desejo, prazer e violência, política e sacanagem, heroísmo e porcaria, história e mentira, virtude e vício, mar e morte, etc. Identificado com as contr