Pular para o conteúdo principal

FICCA faz parceria internacional pelo cinema africano

Um encontro esta manhã (1/12/2014) na Câmara da Ribeira Grande de Santiago selou um “Convênio de Intenções – em prol da cultura cinematográfica na Cidade Velha, Cabo Verde”.
Da reunião participaram a Vereadora do Pelouro da Cultura, Adelaide Barreto de Moura; e os realizadores Júlio Silvão Tavares (Cabo Verde) e Francisco Weyl (Brasil), representando, respectivamente, a Associação Nacional de Cinema e Audiovisual, e o Festival Internacional de Cinema do Caeté – FICCA,
O pacto para a construção de uma Rede em prol da cultura cinematográfica da Cidade Velha, Cabo Verde, , segundo a Vereadora da Cultura, tem como o objetivo a realização de uma importante iniciativa cinematográfica.



“É um momento importante, com o qual a Câmara se compromete, estamos prontos para abraçar esta ideia, e fazer de tudo para que ela aconteça, contamos com a colaboração do FICCA e da Associação para trabalharmos juntos, com o apoio de instituições e organizações públicas e privadas”, afirmou a Vereadora.
Mediante o Convênio, as partes nele representadas se comprometem a colaborar para a definição das iniciativas, a iniciarem-se em 2015 e que poderão repetir-se posteriormente de forma bienal, bem como a procurar os meios e parceiros institucionais e empresariais que possam vir a fortalecer e agregar valores a esta Rede.
E em 2015, aliás, Cabo Verde comemora 55 anos de descobrimentos e 40 anos de independência. Além do mais, a Cidade Velha, cujo desenvolvimento se assenta num turismo cultural sustentado, foi reconhecida como Património Mundial pela UNESCO, sendo ainda, neste momento, a Capital Cabo-verdiana da Cultura.
O presidente da Associação de Cinema de Cabo Verde, Júlio Silvão Tavares, afirma que as iniciativas desta Rede tendem a ser diversificadas de forma a convergir para estruturas como formações, mostras, festivais, fóruns e outros modelos que possam vir a ser adotados, desde que sob os princípios científicos, históricos, pedagógicos, culturais e econômicos.
Representando o FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté, o realizador Francisco Weyl, diz que o momento é propício para este tipo de parceria. O Cinema de Cabo Verde, segundo Weyl, é resistente pela sua própria natureza: “O fato de 12 filmes nacionais terem sido inscritos no Festival Plateau – que encerrou neste domingo (30/11) já evidencia que mesmo na contramão e sem recursos orçamentários, esta arte tem valor simbólico para o país, razão pela qual a nossa parceria no lugar e na hora certa”, concluiu.


© Francisco Weyl, Especial – Da Cidade Velha (Cabo Verde) para a TS

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Panacarica: dois Anos sem Rô, mas a eternidade ainda Navega

A água que cai do céu é fina, serena e funda, como quem sabe o que está fazendo. Cada gota que pinga sobre o rio carrega uma ausência. Há ruído de motor ao longe — daqueles pequenos, que levam a vida devagar. Mas hoje ele soa diferente: parece triste. E é. Ele carrega uma notícia que ecoa por entre os igarapés: Romildes se foi.   Amazônia não costuma anunciar luto com alarde. Ela simplesmente se emudece. A várzea fica quieta. A floresta para um pouco. Os pássaros cantam mais baixo. É assim quando vai embora alguém que é raiz, tronco e folha do território. Foi assim quando partiu Romildes Assunção Teles, liderança forjada na beira do rio e na luta coletiva.   Ele não era homem de tribuna nem de terno. Era homem de remo, de rede armada, de panela no fogo e conversa sincera. Era homem de olhar adiante, de palavra pensada, de gesto largo. Era Panacarica. Chovia em Campompema quando recebi a notícia. A chuva, sempre ela, orquestrando silêncios no coração da várzea. Era como se o ri...

Cinema de Guerrilhas volta a Braga para segunda Edição

 Será no dia 26 de março de 2025, na sede da Associação Observalicia, em Braga, a segunda sessão das “Vivências do Cinema de Guerrilha – Resistência Climática”. Organizada por essa associação sem fins lucrativos, dedicada à pesquisa e atuação em alimentação, tecnologia e ecologia social, a ação propõe uma imersão no audiovisual como ferramenta de resistência e transformação social. Vamos continuar a trabalhar juntos na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais. A oficina busca democratizar o acesso ao cinema, utilizando tecnologias acessíveis, como celulares, para que comunidades e indivíduos possam contar suas próprias histórias e fortalecer sua luta ambiental. Como facilitador, trago minha experiência no cinema amazônico, onde venho desenvolvendo pesquisas e produções voltadas para a resistência cultural e ecológica. Como criador e curador do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), sigo explorando as estéticas de guerrilha,...

Entre aforismos e reflexões sobre a existência - análise crítica da obra de Jaime Pretório

A obra, mesmo não sendo uma extensão do artista ou propriedade do público que a ressignifica, é uma potência inerente e transcendente ao próprio artista, entretanto, um escritor, como, em geral, um artista, não se resume ao que ele escreve, ao que ele concebe. A obra de Jaime Pretório, em especial sua coletânea “1000 Aforismos recortes de uma vida” vai além das palavras e das ideias que ele usa para expressar sua ampla reflexão sobre a condição humana, nestes tempos em que já nem sabemos ao certo se sobre ou sub vivemos. Nesta obra, o autor discorre sobre questões cotidianas, convocando-nos a uma jornada de introspecção, a partir de aforismos sobre normas sociais, dogmas religiosos, convenções filosóficas, mensagens poéticas. L er o autor impõem-nos desafios, ainda que na sua estilística aforística ,  o sinta gma  frasal se encerre em si próprio ,   através de  uma mensagem fragmentária, no caso d e  Pretório, uma mensagem fragmentária sobre os diversos temas qu...