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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

O cinema de guerrilha que se realiza na Amazônia não come da mesma carne do cinema global

  O cinema de guerrilha que se realiza na Amazônia não come da mesma carne do cinema global, antes ao contrário, este cinema é faminto, mas não passa fome, porque, ainda que o acesso às tecnologias lhes sejam negadas, sabe se aproveitar das tecnologias que lhes foram legadas pelos seus antepassados e ancestrais, é tão simples quanto isso, e nenhum menu se leva à mesa, a comida há que ser plantada e colhida em diálogo com a natureza, numa fala que é mais escuta, é poética, desinteressada do mercado, apesar de querer ganhar e ganhar dinheiro, porque basta ir no mar e sacar o peixe ainda que ele esteja contaminado, vai de canoa, vai de remo, de barco, popopô, embarcado, à cavalo, de bicicleta, de buzu, mas vai, vai com o estandarte do santo, vai na maresia, e debaixo do sol, vai comendo pelas beiras atééééééé que você nem percebe que este cinema   está entre nós como deus, e ele nos move, é o romper da aurora, o fechar a cicatriz, segurar no peito a dor, e andar em frente como um ator de

O orçamento participativo, o cinema Olímpia e a Lei Aldir Blanc

Escrevo este texto com interesse de refletir porque a Lei Aldir Blanc, ao contrário de potenciliazar, ela silenciou o audiovisual paraense. E aproveito para refletir sobre (a ausência) de políticas públicas setoriais audiovisuais municipais e estaduais, do mesmo modo, propor alternativas viáveis para o setor, do qual sou tanto um pesquisador quanto um realizador e ativista. O governo municipal aposta suas fichas numa experiência de participação popular, através da escolha de representantes por bairros, que definirão onde aplicar parte do orçamento da cidade, sem dúvida, um exemplo de gestão democrática, que, entretanto, não se observa na área cultural, onda inexiste uma secretaria específica, consequentemente, rareiam políticas públicas, apesar de algum esforço de um conjunto de atores que se tornam protagonistas num fórum de que eles mesmo denominam “cultural”, prática herdeira de várias formas organizativas desde a década de 1980, alternando-se, claro, os “representantes” das diver