Pular para o conteúdo principal

COBRA GRANDE NO GATO VADIO

 Atravessando margens entre o ancestral e o experimental, os artistas Ana Tinoco e Francisco Weyl se encontram para costurar territórios e ressignificar caminhos. Entre o Douro e o Amazonas, sua arte desliza como a Cobra Grande, entidade dos rios e das memórias.

No dia 21 de março de 2025, às 22h, a Livraria Gato Vadio (Porto) recebe a performance Sete Espadas e Duas Cabeças: A Travessia da Cobra Grande. O evento integra a leitura poética do mito amazônico em uma interferência poesófica dos artistas, entrelaçando a espiritualidade de Exu e Ogum com a força dos rios encantados.

A programação começa às 21h com a estreia do filme Cada Realizador um Terrorista, Cada Filme um Atentado, produzido nas oficinas de Cinema de Guerrilha do X FICCA. Às 21h30, uma roda de conversa antecede a performance de Ana Tinoco e Francisco Weyl, com trilha sonora de Zé Macedo.

[A cobra de duas cabeças desliza, entre Douro e Amazonas. A serpente que se arrasta pela Terra descama de pele sem perder a aura do corpo. Ela se contorce no lugar que nos habita, à fúria de uma alma em transe. O brilho de Exu na lâmina das Sete Espadas de Ogum, o chamado de Yemanjá no voo da Arara-Encantadeira. A presença se dissipa com o vento, mas deixa rastros impressos nas lamas dos rios de nossas memórias.]



ARTE de Francisco Weyl a partir de desenho autoral e desenho EXERCITO de Ana Tinoco

Realização:

LIVRARIA GATO VADIO + FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA DO CAETÉ [FICCA] + MULTIFÁRIO + ARTE USINA CAETÉ

Parceria Institucional:

CAPES + PPGARTES-UFPA + GRUPO DE PESQUISAS PERAU + ESCOLA SUPERIOR DE TEATRO E CINEMA + INSTITUTO POLITÉCNICO DE LISBOA

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Panacarica: dois Anos sem Rô, mas a eternidade ainda Navega

A água que cai do céu é fina, serena e funda, como quem sabe o que está fazendo. Cada gota que pinga sobre o rio carrega uma ausência. Há ruído de motor ao longe — daqueles pequenos, que levam a vida devagar. Mas hoje ele soa diferente: parece triste. E é. Ele carrega uma notícia que ecoa por entre os igarapés: Romildes se foi.   Amazônia não costuma anunciar luto com alarde. Ela simplesmente se emudece. A várzea fica quieta. A floresta para um pouco. Os pássaros cantam mais baixo. É assim quando vai embora alguém que é raiz, tronco e folha do território. Foi assim quando partiu Romildes Assunção Teles, liderança forjada na beira do rio e na luta coletiva.   Ele não era homem de tribuna nem de terno. Era homem de remo, de rede armada, de panela no fogo e conversa sincera. Era homem de olhar adiante, de palavra pensada, de gesto largo. Era Panacarica. Chovia em Campompema quando recebi a notícia. A chuva, sempre ela, orquestrando silêncios no coração da várzea. Era como se o ri...

Cinema de Guerrilhas volta a Braga para segunda Edição

 Será no dia 26 de março de 2025, na sede da Associação Observalicia, em Braga, a segunda sessão das “Vivências do Cinema de Guerrilha – Resistência Climática”. Organizada por essa associação sem fins lucrativos, dedicada à pesquisa e atuação em alimentação, tecnologia e ecologia social, a ação propõe uma imersão no audiovisual como ferramenta de resistência e transformação social. Vamos continuar a trabalhar juntos na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais. A oficina busca democratizar o acesso ao cinema, utilizando tecnologias acessíveis, como celulares, para que comunidades e indivíduos possam contar suas próprias histórias e fortalecer sua luta ambiental. Como facilitador, trago minha experiência no cinema amazônico, onde venho desenvolvendo pesquisas e produções voltadas para a resistência cultural e ecológica. Como criador e curador do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), sigo explorando as estéticas de guerrilha,...

Entre aforismos e reflexões sobre a existência - análise crítica da obra de Jaime Pretório

A obra, mesmo não sendo uma extensão do artista ou propriedade do público que a ressignifica, é uma potência inerente e transcendente ao próprio artista, entretanto, um escritor, como, em geral, um artista, não se resume ao que ele escreve, ao que ele concebe. A obra de Jaime Pretório, em especial sua coletânea “1000 Aforismos recortes de uma vida” vai além das palavras e das ideias que ele usa para expressar sua ampla reflexão sobre a condição humana, nestes tempos em que já nem sabemos ao certo se sobre ou sub vivemos. Nesta obra, o autor discorre sobre questões cotidianas, convocando-nos a uma jornada de introspecção, a partir de aforismos sobre normas sociais, dogmas religiosos, convenções filosóficas, mensagens poéticas. L er o autor impõem-nos desafios, ainda que na sua estilística aforística ,  o sinta gma  frasal se encerre em si próprio ,   através de  uma mensagem fragmentária, no caso d e  Pretório, uma mensagem fragmentária sobre os diversos temas qu...