Bate o tambor, curimbó ressoou,
na beira do rio a cidade escutou,
mas lá no palanque, doutor discursou,
carimbó virou selo, decreto, logô.
Refrão:
Ê carimbó, quem foi que te viu,
nas mãos do poder tu quase sumiu,
mas o batuque insiste e resistiu,
do campo à cidade, da rua ao Brasil.
O povo dançando, suor
no terreiro,
a roda é da mata, do chão verdadeiro,
mas vem deputado, sorriso ligeiro,
promete cultura, mas vende primeiro.
No ar condicionado do
grande salão,
tocaram carimbó sem poeira no chão,
gritaram "patrimônio" com microfonação,
mas esqueceram a mestra lá no barracão.
Ê carimbó, tambor de
raiz,
não é propaganda, não é verniz,
dança na praça, protesta feliz,
quem faz a cultura é quem sempre diz.
Refrão:
Ê carimbó, quem foi que te viu,
nas mãos do poder tu quase sumiu,
mas o batuque insiste e resistiu,
do campo à cidade, da rua ao Brasil.
O povo dançando, suor
no terreiro,
a roda é da mata, do chão verdadeiro,
mas vem deputado, sorriso ligeiro,
promete cultura, mas vende primeiro.
CARPINTEIRO DE POESIA
02.10.2025
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