Jamais esquecerei as vezes que íamos à Missa, Dona Josefa e eu, e a gente pela quarta Rua, descendo, em direção à Paróquia de São Jorge,, ao lado da feira da Marambaia, com os galhos de plantas que levávamos, e até recolhendo outros que pegávamos, juntando-nos a outras pessoas, algumas anônimas, nem sabíamos quem eram, outras, conhecidas da Dona Zinha, que seguia ora ao meu lado ora à frente, sempre altiva, isso, desde quando tinha eu uns treze, quatorze anos, repetindo-se esta andança até a minha maturidade, quando já nem morava mais na casa dos pais, mas combinava de chegar de manhãzinha e até amanhecido, só pra ir à Paróquia de São Jorge, onde Mamãe entoava cantos e louvores tão lindos que eu me emocionava e chorava. Talvez seja por isso que, algumas vezes choro, quando vou à Missa, eu que hoje professo minha afroreligiosidade híbrida, quase indígena a partir de uma intuição ancestral e espiritual pessoal, cujo caminho de retorno ainda percorro.
Mamãe não se cansava de narrar a entrada de Cristo em Jerusalém e como as pessoas o saudaram, mas hoje ao pensar em Gaza minha dor é ainda maior que esta saudade que sinto da mãezinha.
Aqui entre meus próprios Ramos, pensando, quero desejar a todos, um abençoado e Feliz Dia de Ramos, em nome da Josefa Weyl, Seu Zenito e este caçula narrador autodenominado Carpinteiro de Poesia.
TEXTO @o_carpinteiro
FOTO @dicaweylfotografia
Jurunas, 24.03.2024
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