Pular para o conteúdo principal

X FICCA em retomada estreia filme em escola pública do Patal


Enquanto o mercado está de olho na Amazônia, o FICCA retoma suas atividades nas comunidades, fora das luzes da mídia, afirmando a potência criativa das comunidades excluídas dos processos e direitos culturais.

O X FICCA arranca com o curta-metragem Nas águas do Rio Tijoca o Patal conta a sua História, resultado de parceria entre o festival e a escola municipal de ensino fundamental Lauro Barbosa dos Santos Cordeiro (Patal, Augusto Correa).

Este é um terceiro filme realizado pelo FICCA nesta escola, que têm um coletivo audiovisual coordenado pelo professor e Historiador José Carlos Barroso.

Barroso é também documentarista autoral com a sua câmera em plano sequência revelando os brasis que o país desconhece, tornando-se por isso mesmo um autêntico realizador representante do cinema de guerrilha da Amazônia Paraense.

 

CARPINTEIRO DE POESIA Francisco Weyl, diretor do FICCA

O FICCA é uma marca já consolidada entre os festivais de cinema brasileiros, de caráter regional e internacional, sendo a cinematografia africana, lusitana, latina, brasileira – e amazônida, o que o sinaliza.

O FICCA propõe alternativas para democratizar o audiovisual, na perspectiva de fortalecer e desenvolver a cadeia setorial audiovisual na Amazônia paraense, com ênfase na presença de mulheres, juventude periférica, povos originários, de matrizes africanas, quilombolas, indígenas, e comunidades lgbtqia+.

Além das projeções de filmes e das circulações cineclubistas nas escolas e comunidades, o FICCA acontece o ano inteiro, através da dialógica, da formação e do movimento social e cultural coletivo, em rodas de conversas presenciais, radiofônicas, remotas, oficinas.

Mais que metodologias, estas práticas conectam a juventude excluída, as mulheres, gentes de comunidades tradicionais, extrativistas, povos originários, quilombolas, pescadores tomam consciência e trocam seu pertencimento com o mundo do cinema como uma via libertária de revelação e magia, paixão e consciência social.

 

Seja bem vindo ao X FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté.

Carpinteiro de Poesia




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Panacarica: dois Anos sem Rô, mas a eternidade ainda Navega

A água que cai do céu é fina, serena e funda, como quem sabe o que está fazendo. Cada gota que pinga sobre o rio carrega uma ausência. Há ruído de motor ao longe — daqueles pequenos, que levam a vida devagar. Mas hoje ele soa diferente: parece triste. E é. Ele carrega uma notícia que ecoa por entre os igarapés: Romildes se foi.   Amazônia não costuma anunciar luto com alarde. Ela simplesmente se emudece. A várzea fica quieta. A floresta para um pouco. Os pássaros cantam mais baixo. É assim quando vai embora alguém que é raiz, tronco e folha do território. Foi assim quando partiu Romildes Assunção Teles, liderança forjada na beira do rio e na luta coletiva.   Ele não era homem de tribuna nem de terno. Era homem de remo, de rede armada, de panela no fogo e conversa sincera. Era homem de olhar adiante, de palavra pensada, de gesto largo. Era Panacarica. Chovia em Campompema quando recebi a notícia. A chuva, sempre ela, orquestrando silêncios no coração da várzea. Era como se o ri...

Cinema de Guerrilhas volta a Braga para segunda Edição

 Será no dia 26 de março de 2025, na sede da Associação Observalicia, em Braga, a segunda sessão das “Vivências do Cinema de Guerrilha – Resistência Climática”. Organizada por essa associação sem fins lucrativos, dedicada à pesquisa e atuação em alimentação, tecnologia e ecologia social, a ação propõe uma imersão no audiovisual como ferramenta de resistência e transformação social. Vamos continuar a trabalhar juntos na construção coletiva de filmes que denunciem as urgências climáticas e ecológicas atuais. A oficina busca democratizar o acesso ao cinema, utilizando tecnologias acessíveis, como celulares, para que comunidades e indivíduos possam contar suas próprias histórias e fortalecer sua luta ambiental. Como facilitador, trago minha experiência no cinema amazônico, onde venho desenvolvendo pesquisas e produções voltadas para a resistência cultural e ecológica. Como criador e curador do Festival Internacional de Cinema do Caeté (FICCA), sigo explorando as estéticas de guerrilha,...

Entre aforismos e reflexões sobre a existência - análise crítica da obra de Jaime Pretório

A obra, mesmo não sendo uma extensão do artista ou propriedade do público que a ressignifica, é uma potência inerente e transcendente ao próprio artista, entretanto, um escritor, como, em geral, um artista, não se resume ao que ele escreve, ao que ele concebe. A obra de Jaime Pretório, em especial sua coletânea “1000 Aforismos recortes de uma vida” vai além das palavras e das ideias que ele usa para expressar sua ampla reflexão sobre a condição humana, nestes tempos em que já nem sabemos ao certo se sobre ou sub vivemos. Nesta obra, o autor discorre sobre questões cotidianas, convocando-nos a uma jornada de introspecção, a partir de aforismos sobre normas sociais, dogmas religiosos, convenções filosóficas, mensagens poéticas. L er o autor impõem-nos desafios, ainda que na sua estilística aforística ,  o sinta gma  frasal se encerre em si próprio ,   através de  uma mensagem fragmentária, no caso d e  Pretório, uma mensagem fragmentária sobre os diversos temas qu...