Ciclo de exibições de filmes para saudar criador do Cinema Novo na Amazônia será lançado dia 22 de Agosto
Reza a lenda que Glauber Rocha
profetizou a própria morte. Quando tinha 24 anos, ele disse que morreria aos
42. E assim aconteceu. Nasceu sob o signo de peixes em Vitória da Conquista,
Bahia (14.3.1939), faleceu no Rio de
Janeiro (22.8 1981).
42 anos após a morte deste profeta
visionário, criador do cinema novo, dois realizadores e pesquisadores paraenses
– Mateus Moura e Carpinteiro de Poesia (PPGARTES/UFPa) retomam velhas parcerias
para reverenciar a obra de Glauber.
A proposta é uma revisão crítica de
parte da obra mais ostracizada de Glauber, sua fase final, mais subversiva,
experimental e incompreendida. O Ciclo terá quatro sessões, com filmes de GR,
antecedidos de obras de autores e autoras paraenses que se relacionam com as
linguagens e mensagens experimentais glauberianas.
Cineclubistas militantes e artistas
comprometidos com as causas de seus tempos, Mateus (CINE CURAU) e Francisco
(AMAZONAS DOURO) abrem o "Ciclo Glauberiano A idade da morte”. com uma
ação no Mercado da Marambaia.
A spoiler é que nesse dia 22 (16h)
os dois farão uma interferencia poesófica com happening musical, saudando São
Jorge (padroeiro do bairro da Marambaia) e Antônio das Mortes, finalizando com
uma fala sobre o Ciclo Glauberiano A idade da morte.
Esta não é a primeira vez que os
dois reverenciam Glauber. Em 2013, a partir de Marabá, os dois (junto com
Miguel Haoni) abriram o projeto Inovacine/Fapespa com uma videoconferência
sobre a obra rebelde do inquieto Glauber Rocha, inspirador de filmes filiados
aos cinema e às estéticas de guerrilhas, conceitos estabelecidos no livro
KYNEMA (Francisco Weyl).
O Ciclo Glauberiano A idade da
morte acontecerá até o final do ano de forma itinerante, em alguns territórios,
espaços e culturas das gentes que produzem e pensam o cinema enquanto arte de
reflexão e ação social, sendo o encerramento parte da programação do IX FICCA –
Festival Internacional de Cinema do Caeté (8, 9, 10 Dezembro).
As primeiras ações do Ciclo
acontecerão na Galeria de arte à céu aberto Cuité Marambaia (Mercado da
Marambaia, Avenida Dalva, com Passagem Samaritana)
Agendem-se:
22.08, 16H – ABERTURA OFICIAL DO
CICLO
17.09, 19h - EXIBIÇÃO CINECLUBISTA "A dança do
pescador" (Carpinteiro de Poesia Digital, COR, 7 Min,
Brasil) + um longa do Glauber, da fase estética do sonho....
Nessa mesma data também será aberta
a primeira exposição individual de Weyl, com desenhos, objetos, instalação.
Ele também vai lançar o Movimento
Cartoneiro de preservação ambiental e literária, junto com a artista visual
Roberta Mártires e o apoio da Livre Associação de Poetas da Marambaia (POMAR)
A coordenação do Ciclo informa que
os demais espaços e territórios da programação itinerante estão em construção,
mas o seu encerramento será na praia de Ajuruteua, em Bragança do Pará, no
âmbito da programação do IX FICCA.
Jurunas-Maramabaia, Belém do Pará,
17 de Agosto de 2023
Mateus Moura e Francisco Weyl
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