A comunidade do bairro da Marambaia toma para si as rédeas dialógicas sobre as questões climáticas ambientais que têm sido pautadas pelas diversas nações assinantes da Convenção-Quadro da ONU sobre mudança climática.
Avaliar a situação das mudanças climáticas no planeta implica também RE-conhecer e respeitar as realidades locais como estratégia Amazônica sobre mudança climática.
Mais que estabilizar a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera que constitui grande ameaça climática planetária, a Marambaia quer desenvolver metodologias alternativas de participação popular neste processo.
A Marambaia é um dos bairros mais arborizados de Belém, em razão da sua privilegiada localização, com florestas, rios, igarapés, canais, além das dezenas de praças dos conjuntos habitacionais edificados no bairro.
As diversas estruturas hoje existentes na comunidade resultam de lutas populares por melhores condições de vida e trabalho com dignidade, do mesmo modo, a pujante cena cultural local reflete a organização e o trajeto de artistas e coletivos que se estabeleceram no território, enquanto ocupavam espaço na conscientização política coletiva.
Foi por este motivo que respondemos ao chamamento das instituições com a realização em Belém dos “Diálogos Amazônicos”, que, apesar da publicidade governamental federal, estadual e municipal, ficou aquém dos interesses da comunidade, que mesmo assim marcou presença e demonstrou que está atenta a questão ambiental.
Diante das ameaças ambientais globais, o Plano Nacional sobre Mudança do Clima (Brasil, 2008), a Política Nacional sobre Mudança do Clima, e a Agenda Brasil + Sustentável são documentos que fundamentam e apresentam medidas alinhadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Com responsabilidade e participação social, não poderemos subordinar nossas demandas à estruturas rígidas de governos e partidos, ainda que estes sejam importantes para o fortalecimento da democracia brasileira.
Queremos nós próprios elencar nossas demandas e as organizar e apresentar em formas de propostas comunitárias aos diversos gestores e governos para que estes percebam a força de um povo cuja luta é histórica.
Uma luta que vem desde contra a ditadura, por Constituinte, Eleições diretas, direitos indígenas, quilombolas, de comunidades tradicionais, mulheres, trans e juventudes periféricas e demais categorias diversas que são excluídas dos diversos processos e acessos aos direitos e aos recursos públicos estruturais e financeiros.
Não ficaremos de braços cruzados a espera da próxima Conference of the Parties (COP30, que ocorrerá em Belém, em 2025), a qual, sabemos, atendem aos interesses dos grandes conglomerados industriais que ignoram a realidade local, prejudicando a vida de milhões de pessoas.
Por esta razão, foi criado o Fórum permanente de políticas públicas periféricas Marambaia COP30, cuja primeira reunião aberta ocorrerá no próximo dia 2 de Setembro, entre 17h/21h, na Quadra B, Conjunto Gleba 1, Nova Marambaia.
SERVIÇO
DATA: 2 de Setembro (17h/21h)
LOCAL: Quadra B / Gleba 1 / N.Marambaia
CONVIDADOS : Carpinteiro de Poesia, Cuité Marambaia, Clei Sousa, Mateus Moura, Valcir Bispo, Telma Saraiva (Chefe do Escritório do MINC no Pará), Boi Rei da Barão, GAM – Grupo Amigos da Marambaia, SEPUB, Vinícius Leite, Cordel do Urubu
ORGANIZAÇÃO: Conselheiro Cultural Wilson Coelho, Rosana Santos, Rosângela Santos, Antônio Oliveira, Marcos Afonso. E POMAR, Livre Associação de Poetas da Marambaia
TEXTO: Francisco Weyl (Jornalista DRT 2161)
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