Tenho
pautado uma questão em consequência da minha radicalidade e que passa por não
fazer acordos sob quaisquer hipóteses e com quem quer que seja, à direita ou a
uma suposta esquerda repetitiva que se alia a burguesia para colocar seus
planos conciliatórios, quer no campo da política, quer no campo da cultura ou
da Mídia.
Mas não
gasto saliva nem palavras porque sou uma pessoa de ação ainda que ninguém me
escute e portanto eu permaneça não deserto da solidão.
É o caso de
fazedores de cultura e articulistas híbridos que são uma espécie de burocratas,
mas que reverberam na pequena burguesia e mesmo nos movimentos sociais.
E como eu
não apenas não os escuto mas desafino o coro dos contentes, manifesto-me
contrário a estes falsos líderes e formadores de falsas opiniões que apagam e
usurpam o sincero pensamento e as práticas históricas, nem diria da esquerda - mas
de coletivos ecopolíticos minoritários, que fazem ao contrário e muito além
desta pequeno burguesia influenciada pela mídia burguesa e seus articulistas e
por estes produtores culturais do tédio e do entretenimento.
E quando
comparo política e cultura é porque as coloco numa mesma instância
transformadora e cito a Mídia porque é nela que se dá este embate e este
apagamento de um pensamento autêntico.
E tal qual
por exemplo a cultura popular se faz pelo anonimato, a mudança não virá dos
personalistas e elitistas e nem por estes híbridos que se disfarçam no interior
das lutas políticas e sociais , através dos espaços que ocupam nas Instituições
e Mídias que os projetam no vazio deixado pelo movimento social mas apenas para
o enfraquecer e não para o fazer avançar.
Não adianta
dizer que tem boas intenções. Em terra de cego estes olhos são caolhos. Se há
que escrever ou ler que sejam os originais. Se há que criar ou consumir arte
que seja original.
Evito aqui
exemplos para não personalizar o debate que proponho e que sei ninguém se
interessa exatamente porque tem suas opiniões formadas por estes “pensamentos”
que se espalham pelos jornais burgueses e até por ditos jornais de “esquerda” e
pelas redes sociais e que propositalmente ofuscam a fala das comunidades
“periféricas” (atenção que o conceito de periférico aqui refere o que está á
margem e apagado por esta “mídia” híbrida de direita e de esquerda a qual
critico como também critico quem a repercute e a segue “cegamente”). Mas, quem
tem olhos abertos sabe identificar estes exemplos aos quais propositalmente não
me refiro.
Ora, estes
(falsos) “pensamentos” híbridos estão no cerne da origem de lideranças sem
bases comunitárias e sociais sem princípios ideológicos definidos, e que transitam em espaços políticos e
sociais e culturais onde fazem a psicologia das relações e agregam pessoas
desinformadas e até inconscientes que buscam respostas e apoios aos seus
projetos pessoais e/ou coletivos e sociais em instituições culturais e na
mídia.
O processo d
construção de uma consciência política e cultural passa pelo enfretamento deste
projeto – sim, esta prática é um projeto -, com o estado de alerta nos fóruns
existentes e nos que se abrem, inclusive sempre com o nome de PRIMEIRO
encontro, PRIMEIRO festival, ou COLETIVO INDEPENDENTE, etc...
Precisamos
estar atentos a estes projeto pois que ele compõe um arco de uma dominação
histórica, que interferem por exemplo em atividades cineclubistas para difundir
filmes da indústria cultural, ou em práticas mediáticas para ofuscar a escrita
que fala a língua das comunidades periféricas, ou nos ideais coletivos de forma
a usurpar “bandeiras” em benefício de minorias pequeno-burguesas.
Não há como
fazer concessão, há que enfrentar estas práticas, ainda que nós também sejamos
condenados a um silêncio e uma absoluta indiferença.
Porto, 1º de
Junho de 2020
(Por
Francisco Weyl, um cara que ninguém lê mas que além de escrever, faz).
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