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Quase um soneto numa manhã de chuva




Pouco tenho, se muito desejo

Mas costumo seguir, se quero ficar

Do contrário, eu não vou, se penso ir

E tudo permanece neste perene devir.

 

Se penso demais, falo de menos

Mas, se me calo, penso demasiado

Meu silêncio diz mais que palavras

E meus olhos, os estados da alma

 

Eu quero odiar, entretanto, amo

Quanto mais desejo, menos almejo

Sinto muito, mas nem tanto

Portanto não faço nada, mas encanto

 

Escrevo versos que os apago

E recito poemas que esqueço

Nas areias de teu mar eu me afago

Nas lavas de teu vulcão desfaleço


© Carpinteiro

Porto, 04/11/2018


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