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Trova Beneditina



Oh! Meu Santo Benedito! Protegei teu povo aflito Do desvio dos políticos. Oh! Meu Santo Bendito! Iluminai teus filhos sofridos Para que eles vejam A injustiça dos bandidos. Oh! Meu Santo Protetor! Dai força à resistência Deste povo trabalhador Que te louva com tanto amor. Este povo pescador, E este povo roceiro, Que ara a terra o ano inteiro. E te segue com fervor. Oh! Meu Santo Preto! Clareai a cegueira dos brancos Para que nunca mais Humilhem os negros-santos. Oh! Meu Santo Cozinheiro! Dai terra a quem não tem Nenhum vintém. A quem não tem mais esperanças Além das suas próprias andanças Neste mundo de errâncias. Oh! Meu Santo da Cura! Fazei-me candura Desde a semeadura Para que a colheita Seja farta de doçura. Oh! Meu Santo Amado! Fazei-me um navegador Sem medo dos naufrágios. Fazei-me aves Por sobre todos os mares. Oh! Meu Santo-Menino! Fazei-me um peregrino Das estradas e caminhos. Oh! Meu Santo Bené! Dizei-me se Maria e José Abençoam a minha Fé! Oh! Meu Santo Sagrado! À noite, quando Rezo Digo à Deus Muito Obrigado! E de manhã quando acordo Sinto a vida renovada Como uma grande revoada De guarás em meus quintais Ajuruteua nos meus sonhos Me banha nesses encantos Onde passeia meu espírito Até os portais do infinito Oh! Meu São Benedito. Dizei-me uma só palavra Para que meu poema Tenha a marca da tua pena E que a minha alma Lavrada seja pela tua Paz. Oh! Meu Santo Belo! É tua a Luz que me conduz. Tal qual um Preto Velho, Exu e Menino Jesus. Oh! Meu Santo do Caeté! Que teu Rio me lave E me torne leve E ainda mais forte a minha fé. © Carpinteiro Bragança do Pará, 2017


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