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Raimundão devolve Casa da Cultura e Biblioteca ao povo Bragantino

         

Um marco histórico e uma marca política para a gestão de Raimundo Oliveira é a inauguração da nova Casa Cultura “Lobão da Silveira”, que ocorreu na tarde desta Quinta-Feira, 2 de Julho.

Bacharel em direito pela Faculdade de Direito do Pará, Joaquim Lobão da Silveira nasceu em Bragança (18/03/1910), e foi eleito senador nas eleições estaduais no Pará em 1962, tendo contribuído com o desenvolvimento de Bragança, que assim o reconhece.

O Município, portanto, comemora com autoestima a sua própria bragantinidade, nesses 407 anos de existências, que vai completar dia 8 deste Mês.

Nada mal para quem assistiu passivamente o desabamento do Palacete Augusto Correa e o abandono do Vice-Consulado Português, que teve que ser demolido, com os administradores a desobedecer as determinações do Ministério Público.

                                  (Cena do curtametragem Alma das Ruas, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xXibQJ54_x4&t=155s)

Por meio da secretaria municipal de Cultura, Desportos e Turismo de Bragança do Pará, a prefeitura disponibiliza um espaço reformado e restaurado, no qual foram investidos cerca de R$ 680 Mil (recursos próprios), mais emendas parlamentares, entre estas, a de n° 26780001, de autoria do ex-deputado Arnaldo Jordy (no valor de R$ 100 Mil), junto ao Orçamento Geral da União – 2018.

O ex-deputado se declarou feliz por ter contribuído para a obra: “O nosso é objetivo é o de valorizar a cultura e honrar o compromisso assumido junto ao povo bragantino, pelo resgate do patrimônio cultural e histórico, para o usufruto da população como mais um ponto de encontro e de memória”, afirmou.

Com a retomada da Casa da Cultura, o prefeito de Bragança também devolve a Biblioteca Pública ao Município, e cujo nome é homenagem ao poeta Antônio Telles de Castro e Sousa.

De Castro e Sousa nasceu no Município (14/11/1891), morou em Portugal, estudou e passou por cidades como Coimbra, Paris e Liverpool, fixando residência em Bragança a partir de 1927.

O poeta colaborou com diversas revistas, mas não publicou nenhum livro em vida, entretanto, é autor da letra do Hino de Bragança, junto com o compositor Raimundo Mota da Cunha, tendo falecido de doença incurável em 1934.

                      (Cena do curtametragem Alma das Ruas, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xXibQJ54_x4&t=155s)

Além da Biblioteca, o prédio abrigará o salão de convenções “Padre Vitaliano Maria Vari” e a sede da Seculd, sendo, portanto, uma economia para os cofres municipais, já que a secretaria não tinha sede própria.

O Padre Vitaliano Maria Vari chegou a Região em 1935, a convite de Dom Elizeu Coroli para organizar a Prelazia do Guamá, e foi professor de Língua portuguesa e de História, e musicista, tendo uma vasta biografia ao serviço Missionário, conforme esclarece o pesquisador autodidata bragantino José Ribamar Gomes de Oliveira.

E, com todo respeito a este missionário italiano, pensamos que esta homenagem de batizar o salão de convenções bem que poderia ser ao próprio Professor bragantino José Ribamar Gomes de Oliveira, que tem diversos livros publicados sobre a história e a cultura bragantina, da qual é fonte e fiel guardião.

(Professor José Ribamar Gomes de Oliveira, em cena no curtametragem Alma das Ruas, 
disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xXibQJ54_x4&t=155s)

            De acordo com o historiador Dário José Benedito, o imóvel onde voltará a funcionar a Casa da Cultura é das construções mais antigas da cidade, tendo sofrido intervenções para adaptar-se aos diversos fins do espaço público ao longo dos anos, sendo eclética a configuração arquitetônica da edificação, um lote de esquina com declive, implantação com alinhamento frontal do terreno e recuo lateral na parte original.

O projeto arquitetônico da nova Casa da Cultura, entretanto, foi repaginado, as paredes divisórias internas deram espaço para um ambiente mais amplo, e, na parte posterior, foi construído um anexo, que adota elementos decorativos que remetem ao do prédio original.

José Ribamar Gomes de Oliveira esclarece que o espaço da Casa de Cultura era a residência de Luis Paulino dos Santos Martyres, que cumpriu curto mandato de prefeito - nomeado pelo governador eleito José Carneiro da Gama Malcher, entre 9/7/1935 e 18/1/1936, tempo suficiente para concluir o Campo de Pouso (Aeroporto), iniciado em 1934 (em terreno doado pelo Coronel Aluízio Pinheiro Ferreira).

E mesmo após total restauração nos anos de 2019 e 2020, a nova Casa da Cultura se encontra em estado regular de conservação, e ainda apresenta a sobriedade de elementos arquitetônicos definidos pela volumetria horizontal nas fachadas, e platibanda decorada por cimalha e vãos em verga reta, encimados por ornatos em alto-relevo e arrematados por molduras lisas.

Além da Casa da Cultura, a atenção do secretário Vinícius Reis Oliveira, titular da seculd, são os R$850 Mil que o Município vai receber da Lei Aldir Blanc.

Problema é que Bragança não tem nem Conselho, nem Fundo, e nem Plano Municipal de Cultura, condições sine que non para a Lei da Cultura, que ainda não foi implementada, apesar de aprovada desde 2015 (VER matéria neste blog, publicada ontem).

Em tempos de pandemia, os recursos constituem um auxílio emergencial para trabalhadores e empreendimentos de um setor que tem tido destaque no Município, que agora dispõe de mais espaço para a cultura, sendo que Bragança conta ainda com um Liceu de Música e o Teatro da Marujada.

A Casa da Cultura é um resgate à História e ao mesmo tempo um marco para a atual gestão Municipal, também caracterizada por denúncias de dispensas de licitações, obras superfaturadas, e vereadores omissos.

Na condição de cidadão bragantino, mantenho minha crítica mas não me furto a parabenizar o prefeito e a gestão por este momento, considerando que vivemos tempos sombrios em todo o planeta.

A pandemia mergulhou a humanidade num caos mas ainda somos otimistas e que atravessaremos este deserto mesmo com o fardo da gravidade sobre as nossas costas.

Que cada um assuma a sua responsabilidade e faça a sua parte.

Parabéns, Raimundão!

Teje reeleito!

2 de Julho de 2020

TEXTO © Carpinteiro de Poesia Francisco Weyl

FOTOS DE CENA do Filme Alma das Ruas, de Francisco Weyl 

(disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xXibQJ54_x4&t=155s)




                                                                             FOTOS de Kaiser Araujo

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