I
"A primeira pedra"
- Para meu filho Rudá
- Para meu filho Rudá
A poesia pressente
presentes simbólicos.
Meu pequeno poeta
constrói grandes sonhos.
Os meninos desejam prendas
Mas ele pede pedras.
Castelos de areia
os ventos e as águas destroem.
Palavras profundas,
não há mares que as afundem.
© Carpinteiro
NOTA: Perguntei ao Rudá qual o presente que ele queria que eu lhe trouxesse de Cabo Verde. E ele: não quero presente, trás uma pedra. E ele tem uma costela africana já que foi forjado no - na Ilha do – Fogo.
II
"De volta a Cabo Verde"
À Praia eu voo com a bagagem
cheia de amor e de saudade.
Não pago excessos, entretanto,
atravesso o oceano Atlântico.
Levo no rosto o sorriso
daquele menino de olhos lindos.
Mas não me iludo com estes trocos,
poucos euros e quase nenhum escudo.
Não preciso de dinheiro, apenas de amigos
e estes afetos que me são queridos.
Ouvirei aos poetas destas ilhas
emergidos com os ventos alísios.
E cantarei à porta das casas
as mornas das negras amadas.
À Praia eu voo com a bagagem
cheia de amor e de saudade.
Não pago excessos, entretanto,
atravesso o oceano Atlântico.
Levo no rosto o sorriso
daquele menino de olhos lindos.
Mas não me iludo com estes trocos,
poucos euros e quase nenhum escudo.
Não preciso de dinheiro, apenas de amigos
e estes afetos que me são queridos.
Ouvirei aos poetas destas ilhas
emergidos com os ventos alísios.
E cantarei à porta das casas
as mornas das negras amadas.
© Carpinteiro
III
“Fogo”
O Fogo arde em toda a arte
O Fogo parte e reparte
O Fogo sabi
© Carpinteiro
NOTA: Eu passei a virada do ano de 2007 para 2008 em Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo, onde um Vulcão está em erupção, depois de ter adormecido há 19 anos.
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